Página 279 - O Desejado de Todas as Na

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Quem são meus irmãos?
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estavam buscando ocasião de O acusar, e achavam que lhes dera
suficiente ocasião.
Com o limitado alcance, não podiam calcular a missão que viera
cumprir e, portanto, não eram capazes de simpatizar com Ele em
Suas provações. Suas palavras rudes, destituídas de apreço, mos-
travam que não tinham a verdadeira percepção de Seu caráter, e
não discerniam que o divino se confundia com o humano. Viam-nO
freqüentemente cheio de pesar; mas, em vez de O confortar, seu
espírito e palavras apenas Lhe magoavam o coração. Sua natureza
sensível era torturada, mal-entendidos os motivos que O impeliam,
mal compreendida a Sua obra.
Seus irmãos apresentavam muitas vezes a filosofia dos fariseus,
batida e mofada pelo tempo, e ousavam pensar que podiam ensinar
Àquele que compreendia toda a verdade e entendia todos os mis-
térios. Condenavam francamente o que não podiam compreender.
Suas censuras eram-Lhe vivas provações, e Sua alma consumia-se e
enchia-se de aflição. Professavam fé em Deus, e O julgavam estar
reivindicando quando O tinham ao próprio lado em carne, e não O
conheciam.
Essas coisas tornaram espinhosa a vereda que Jesus devia tri-
lhar. Tão penosos Lhe eram os mal-entendidos no próprio lar, que
experimentou alívio em ir para onde os mesmos não existiam. Um
lar havia que Ele gostava de visitar — o de Lázaro, Maria e Marta;
pois na atmosfera de fé e amor Seu espírito tinha repouso. Ninguém,
entretanto, havia no mundo capaz de compreender-Lhe a divina mis-
são, ou saber a responsabilidade que sobre Ele pesava pelo bem da
humanidade. Muitas vezes só podia encontrar conforto em isolar-Se,
e comungar com Seu Pai celestial.
Os que são chamados a sofrer por amor de Cristo, que têm de
suportar injustos conceitos e desconfianças, mesmo no próprio seio
da família, podem encontrar conforto no pensamento de haver Jesus
sofrido o mesmo. Ele é tocado de compaixão por eles. Convida-os
a serem Seus companheiros, e a buscar alívio onde Ele próprio o
encontrava — na comunhão com o Pai.
Os que aceitam a Cristo como seu Salvador pessoal, não são
deixados órfãos, suportando sozinhos as provações da vida. Ele os
recebe como membros da família celeste; pede-lhes que chamem
Pai a Seu próprio Pai. São Seus “pequeninos”, caros ao coração