Página 325 - O Desejado de Todas as Na

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Uma noite no lago
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Cristo, dizem, que O faz recusar essa honra. Que o povo exalte seu
Libertador. Que os arrogantes sacerdotes e principais sejam forçados
a honrar Aquele que vem revestido de autoridade divina.
Tomam ansiosamente providências para executar seu desígnio;
mas Jesus vê o que está em andamento e compreende, como eles
não o podem fazer, o resultado desse movimento. Mesmo então
estavam os sacerdotes e principais a Lhe buscar a vida. Acusavam-
nO de desviar deles o povo. Violência e insurreição seguir-se-iam
a qualquer esforço para O colocar no trono, e prejudicar-se-ia a
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obra do reino espiritual. O plano deveria ser impedido sem demora.
Chamando os discípulos, Jesus ordena-lhes que tomem o barco e
voltem imediatamente para Cafarnaum, deixando-O para despedir a
multidão.
Nunca antes uma ordem de Cristo parecera tão impossível de
cumprir. Os discípulos haviam esperado muito tempo por um movi-
mento popular para colocar Jesus no trono; não podiam suportar a
idéia de que todo esse entusiasmo viesse a dar em nada. As multi-
dões que estavam congregando para assistir à Páscoa, achavam-se
ansiosas por ver o novo profeta. A seus seguidores esta se afigurava
a oportunidade áurea de estabelecer seu amado Mestre no trono de
Israel. No ardor dessa nova ambição, duro lhes era afastar-se e deixa-
rem Jesus sozinho naquela desolada praia. Protestaram contra essa
medida; mas Jesus falou então com uma autoridade que nunca antes
assumira para com eles. Sabiam que seria inútil qualquer oposição
de sua parte, e, silenciosos, dirigiram-se para o mar.
Cristo manda então à massa que se disperse; e tão incisiva é Sua
maneira, que não Lhe ousam desobedecer. As palavras de exaltação
e louvor morrem-lhes nos lábios. No próprio ato de avançar para
dEle se apoderarem, são-lhes detidos os passos, e o alegre e ansioso
olhar amortece-lhes no semblante. Há naquela multidão homens de
espírito vigoroso e firme determinação; o régio porte de Jesus, po-
rém, e Suas breves e serenas palavras de ordem, aquietam o tumulto,
frustrando-lhes os desígnios. NEle reconhecem poder superior a
toda terrena autoridade, e, sem uma réplica, submetem-se.
Quando a sós, Jesus “subiu ao monte para orar à parte”. Durante
horas continuou a suplicar perante Deus. Não por Si mesmo, mas
pelos homens, eram aquelas orações. Rogava poder para revelar aos
mesmos o divino caráter de Sua missão, a fim de que Satanás não