Página 338 - O Desejado de Todas as Na

Basic HTML Version

334
O Desejado de Todas as Nações
vida. A palavra de Deus, recebida na alma, molda os pensamentos,
e entra no desenvolvimento do caráter.
Olhando sempre a Jesus com os olhos da fé, seremos fortalecidos.
Deus fará as mais preciosas revelações a Seu povo faminto e sequi-
oso. Verificarão que Cristo é um Salvador pessoal. Ao alimentarem-
se de Sua palavra, acharão que ela é espírito e vida. A palavra destrói
a natureza carnal, terrena, e comunica nova vida em Cristo Jesus. O
Espírito Santo vem ter com a alma como Consolador. Pela transfor-
madora influência de Sua graça, a imagem de Deus se reproduz no
discípulo; torna-se uma nova criatura. O amor toma o lugar do ódio,
e o coração adquire a semelhança divina. É isto que significa viver
“de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Isto é comer o Pão que
desce do Céu.
Cristo declarara uma sagrada e eterna verdade com respeito às
relações entre Ele e Seus seguidores. Conhecia o caráter dos que se
diziam Seus discípulos, e Suas palavras provavam-lhes a fé. Decla-
rou que deviam crer e agir segundo Seus ensinos. Todos quantos O
recebessem haviam de participar de Sua natureza, e ser amoldados
ao caráter dEle. Isso envolvia a renúncia de suas acariciadas ambi-
ções. Exigia completa entrega de si mesmos a Jesus. Eram chamados
ao sacrifício, à mansidão e humildade de coração. Deviam andar
na estreita vereda trilhada pelo Homem do Calvário, se queriam
compartilhar do dom da vida e da glória do Céu.
A prova era demasiado grande. Diminuiu o entusiasmo dos
que O tinham querido arrebatar para fazer rei. Este discurso na
sinagoga, diziam, abrira-lhes os olhos. Agora estavam desenganados.
Em seu espírito, as palavras dEle eram uma positiva confissão de
que não era o Messias e nenhuma recompensa terrestre poderia
provir de se unirem a Ele. Haviam saudado o poder que possuía de
[272]
operar milagres; estavam ansiosos de ser libertados de doenças e
sofrimentos; não se poderiam, porém, concordar com Sua vida de
abnegação. Não se importavam com o misterioso reino espiritual
de que falava. O insincero, o egoísta que O tinha buscado, não mais
O desejou. Se não consagrava Seu poder e influência a obter sua
libertação dos romanos, não queriam ter nada com Ele.
Jesus lhes disse francamente: “Há alguns de vós que não crêem”;
acrescentando: “Por isso Eu vos disse que ninguém pode vir a Mim,
se por Meu Pai lhe não for concedido.” Desejava fazê-los compreen-