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O Desejado de Todas as Nações
ao que Lhe sobreviria ali, conheciam a mortal hostilidade dos guias
religiosos e de bom grado haveriam dissuadido seu Mestre de ir lá.
Dolorosa coisa era para o coração de Jesus, avançar em Seu
caminho a despeito dos temores, decepções e incredulidade dos
amados discípulos. Duro era conduzi-los à angústia e desespero
que os aguardavam em Jerusalém. E Satanás estava a postos para
forçar suas tentações sobre o Filho do homem. Por que iria agora a
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Jerusalém, a uma morte certa? Por toda parte, ao Seu redor, estavam
almas famintas do pão da vida. Por todo lado, almas sofredoras a
esperar-Lhe a palavra de cura. A obra a ser operada pelo evangelho
de Sua graça apenas começara. E Ele Se achava em pleno vigor
da primavera da varonilidade. Por que não ir aos vastos campos
do mundo com as palavras de Sua graça, o toque de Seu poder de
curar? Por que não Se dar a alegria de conceder luz e satisfação aos
entenebrecidos e sofredores milhões de criaturas? Por que deixar a
colheita aos discípulos, tão fracos na fé, tão pesados de entendimento,
tão tardios para agir? Por que enfrentar a morte agora, e deixar a
obra ainda em sua infância? O inimigo que no deserto se defrontara
com Cristo, assaltou-O então com cruéis e sutis tentações. Houvesse
Jesus cedido por um instante, houvesse mudado Sua orientação no
mínimo particular para salvar a Si mesmo, e os instrumentos de
Satanás haveriam triunfado, ficando o mundo perdido.
Mas Jesus “manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém”. A
única lei de Sua vida era a vontade de Seu Pai. Na visita ao templo,
em Sua meninice, dissera a Maria: “Não sabeis que Me convém tratar
dos negócios de Meu Pai?”
Lucas 2:49
. Em Caná, quando Maria
desejou que Ele manifestasse o poder miraculoso que possuía, Sua
resposta foi: “Ainda não é chegada a Minha hora”.
João 2:4
. Com as
mesmas palavras respondeu a Seus irmãos, quando insistiram em
que fosse à festa. Mas no grande plano de Deus fora designada a
hora para que Ele Se desse em oferta pelos pecados dos homens, e
essa hora estava prestes a soar. Ele não fracassaria nem vacilaria.
Seus passos se dirigem a Jerusalém, onde Seus inimigos há muito
planejam tirar-Lhe a vida; agora, Ele a deporá. Assentou firmemente
o propósito de ir ao encontro da perseguição, da negação, rejeição e
condenação e morte.
E “mandou mensageiros diante da Sua face; e, indo eles, entra-
ram numa aldeia de samaritanos, para Lhe prepararem pousada”.