Página 43 - O Desejado de Todas as Na

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“Vimos a sua estrela”
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Os sacerdotes repetem as tradições. Exaltam sua própria reli-
gião e piedade, ao passo que acusam os gregos e romanos como
maiores pagãos e pecadores que todos os outros. Os magos não são
idólatras, e aos olhos de Deus ocupam lugar muito acima desses,
Seus professos adoradores; todavia, são considerados pelos judeus
como gentios. Mesmo entre os designados depositários dos Santos
Oráculos, suas ansiosas perguntas não fazem vibrar nenhuma corda
de simpatia.
A chegada dos magos foi prontamente divulgada por toda Jeru-
salém. Sua estranha mensagem criou entre o povo uma agitação que
penetrou no palácio do rei Herodes. O astuto edomita foi despertado
ante a notícia de um possível rival. Inúmeros assassínios lhe haviam
manchado o caminho ao trono. Sendo de sangue estrangeiro, era
odiado pelo povo sobre quem governava. Sua única segurança era o
favor de Roma. Esse novo Príncipe, no entanto, tinha mais elevado
título. Nascera para o reino.
Herodes suspeitou que os sacerdotes estivessem tramando com
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os estrangeiros para despertar um tumulto popular, destronando-o.
Ocultou, no entanto, sua desconfiança, decidido a malograr-lhes os
planos por maior astúcia. Convocando os principais dos sacerdotes
e os escribas, interrogou-os quanto aos ensinos dos livros sagrados
com relação ao lugar do nascimento do Messias. Essa indagação
do usurpador do trono, e o ser feita a instâncias de estrangeiros,
espicaçou o orgulho dos mestres judeus. A indiferença com que
se voltaram para os rolos da profecia, irritou o ciumento tirano.
Julgou que estavam buscando ocultar seu conhecimento do assunto.
Com uma autoridade que não ousaram desatender, ordenou-lhes que
fizessem atenta investigação e declarassem o lugar do nascimento
do esperado Rei. “E eles lhe disseram: Em Belém de Judéia; porque
assim está escrito pelo profeta: “E tu Belém, terra de Judá, de modo
nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o
Guia que há de apascentar Meu povo de Israel”.
Mateus 2:6
.
Herodes convidou então os magos a uma entrevista particular.
Rugia-lhe no coração uma tempestade de ira e temor, mas manteve
um exterior sereno, e recebeu cortesmente os estrangeiros. Indagou
em que tempo aparecera a estrela, e professou saudar com alegria a
notícia do nascimento de Cristo. Pediu a seus hóspedes: “Perguntai
diligentemente pelo Menino, e quando O achardes, participai-mo,