Página 435 - O Desejado de Todas as Na

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A última jornada da Galiléia
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ao poder do Espírito Santo, sua mente era iluminada. Percebiam
que o poderoso Deus, revestido da humanidade, Se achava entre
eles. Jesus regozijava-Se de que, embora os sábios e inteligentes
não possuíssem esse conhecimento, houvesse ele sido revelado a
esses humildes homens. Freqüentemente, ao apresentar as Escrituras
do Antigo Testamento e mostrar sua aplicação a Ele próprio e a
Sua obra de expiação, haviam sido despertados por Seu Espírito e
erguidos à atmosfera celestial. Tinham, das verdades espirituais de
que falavam os profetas, uma compreensão mais clara do que pos-
suíam os próprios que originalmente as escreveram. Daí em diante,
poderiam ler as Escrituras do Antigo Testamento não segundo as
doutrinas dos escribas e fariseus, não como declarações de sábios já
mortos, mas como uma nova revelação vinda de Deus. Contempla-
vam Aquele “que o mundo não pode receber, porque não O vê nem
O conhece; mas vós O conheceis porque habita convosco, e estará
em vós”.
João 14:17
.
A única maneira por que podemos obter mais perfeita compreen-
são da verdade, é conservar o coração brando e submisso ao Espírito
de Cristo. A alma deve ser purificada da vaidade e do orgulho, es-
vaziada de tudo quanto a tem dominado, e Cristo entronizado no
interior. A ciência humana é demasiado limitada para compreender a
expiação. O plano da redenção é de tão vasto alcance que a filosofia
não o pode explicar. Permanecerá para sempre um mistério que
o mais profundo raciocínio não logra aprofundar. Não é possível
explicar a ciência da salvação; pode-se, no entanto, conhecê-la pela
experiência; unicamente aquele que vê a própria pecaminosidade é
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capaz de discernir a preciosidade do Salvador.
Repletas de instruções foram as lições dadas por Cristo, enquanto
caminhavam lentamente da Galiléia para Jerusalém. O povo escu-
tava ansiosamente Suas palavras. Na Peréia como na Galiléia, a
população estava menos sob a influência do fanatismo judaico que
na Judéia, e Seus ensinos encontraram mais acolhimento no coração
deles.
Foi durante esses últimos meses do ministério de Cristo, que
proferiu muitas de Suas parábolas. Os sacerdotes e rabis O perse-
guiam cada vez mais encarniçadamente, e Ele velava em símbolos
as advertências que lhes dirigia. Eles não se podiam enganar quanto
à Sua intenção, mas também não Lhe podiam encontrar nas palavras