Página 461 - O Desejado de Todas as Na

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“Lázaro, sai para fora”
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apelo e Se acharia com elas assim que Lhe fosse possível. Ansiosas,
aguardavam uma palavra de Jesus. Enquanto restou em seu irmão
uma centelha de vida, oraram, e esperaram pelo Mestre. Mas o men-
sageiro voltou sem Ele. Trouxe, todavia, o recado: “Esta enfermidade
não é para morte” (
João 11:4
), e elas se apegaram à esperança de que
Lázaro viveria. Buscavam com ternura dirigir palavras de esperança
e animação ao quase inconsciente enfermo. Quando Lázaro morreu,
ficaram cruelmente decepcionadas; sentiam-se, porém, sustidas pela
graça de Cristo, e isso as guardou de lançar qualquer censura ao
Salvador.
Quando Cristo ouviu a notícia, os discípulos julgaram que a
recebera friamente. Não manifestou o pesar que esperavam. Olhando
para eles, disse: “Esta enfermidade não é para morte, mas para glória
de Deus; para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.” Por dois
dias Se demorou no lugar em que Se achava. Essa demora era um
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mistério para os discípulos. Que conforto Sua presença seria para
a aflita família! pensavam. Era bem conhecida dos discípulos Sua
grande afeição pela família de Betânia, e surpreenderam-se de que
Ele não atendesse à triste mensagem: “Eis que está enfermo aquele
que Tu amas.”
Durante os dois dias, Cristo parecia haver alijado da mente a
notícia; pois não falava em Lázaro. Os discípulos lembraram-se de
João Batista, o precursor de Jesus. Haviam-se admirado de que, com
o poder de que dispunha para operar milagres maravilhosos, Cristo
houvesse permitido que João definhasse no cárcere e morresse de
morte violenta. Possuindo tal poder, por que não salvara a vida de
João? Essa pergunta fora muitas vezes feita pelos fariseus, que a
apresentavam como irrefutável argumento contra a afirmação de
Cristo, de ser o Filho de Deus. O Salvador advertira os discípulos
de provações, perdas e perseguições. Abandoná-los-ia na provação?
Alguns cogitaram se se haviam enganado a respeito de Sua missão.
Todos ficaram profundamente perturbados.
Depois de esperar dois dias, disse Jesus aos discípulos: “Vamos
outra vez para a Judéia”.
João 11:7
. Os discípulos reflexionavam por
que, se Jesus ia para a Judéia, esperara dois dias? Mas a ansiedade
por Cristo e por eles próprios tomou então o primeiro plano no
espírito deles. Não podiam ver senão perigos no passo que Ele ia dar.
“Rabi”, disseram, “ainda agora os judeus procuravam apedrejar-Te,