Página 463 - O Desejado de Todas as Na

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“Lázaro, sai para fora”
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para morrermos com Ele”.
João 11:16
. Ele conhecia o ódio dos
judeus para com Cristo. Era desígnio deles tramar-Lhe a morte, mas
não alcançaram esse objetivo, porque Lhe restava ainda algum do
tempo que Lhe estava determinado. Durante esse tempo, Jesus tinha
a guarda dos anjos celestiais, e mesmo nas regiões da Judéia, onde os
rabis estavam tramando a maneira de se apoderar dEle e entregá-Lo
à morte, mal algum Lhe poderia sobrevir.
Os discípulos maravilharam-se às palavras de Cristo, quando
disse: “Lázaro está morto; e folgo [...] que Eu lá não estivesse”.
João
11:14, 15
. Esquivar-Se-ia o Salvador, por Sua própria vontade, do
lar de Seus amigos em sofrimento? Aparentemente. Maria, Marta
e o moribundo Lázaro foram deixados sós. Mas não estavam sós.
Cristo testemunhou toda a cena e, depois da morte de Lázaro, Sua
graça susteve as desoladas irmãs. Jesus testemunhou a dor de seus
despedaçados corações, ao lutar o irmão contra o poderoso inimigo
— a morte. Sentiu todo o transe da agonia, quando disse aos discípu-
los: “Lázaro o nosso amigo, dorme.” Mas Cristo não tinha somente
os amados de Betânia em quem pensar; o preparo de Seus discípulos
exigia-Lhe a consideração. Deviam ser Seus representantes perante o
mundo, para que a bênção do Pai a todos pudesse abranger. Por amor
deles permitiu que Lázaro morresse. Houvesse-o Ele restabelecido à
saúde, e não se teria realizado o milagre que é a mais positiva prova
de Seu caráter divino.
Se Cristo Se achara no quarto do doente, este não teria morrido;
pois Satanás nenhum poder sobre ele exerceria. A morte não al-
vejaria a Lázaro com seu dardo, em presença do Doador da vida.
Portanto, Cristo Se conservou distante. Consentiu que o maligno
exercesse seu poder, a fim de o fazer recuar como um inimigo ven-
cido. Permitiu que Lázaro passasse pelo poder da morte; e as cons-
ternadas irmãs viram seu amado ser deposto no sepulcro. Cristo
sabia que ao contemplarem o rosto inanimado do irmão, severa seria
a prova de sua fé no Redentor. Mas sabia que, em virtude da luta
por que estavam então passando essa fé resplandeceria com brilho
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incomparavelmente maior. Sofreu cada transe da dor que padeceram.
Não os amava menos, pelo fato de demorar-Se; mas sabia que por
elas, por Lázaro, por Ele próprio e os discípulos, deveria ser obtida
uma vitória.