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O Desejado de Todas as Nações
o Salvador Se encontraria como isolado. Todos os sons cessaram.
Parecia insuportável o profundo silêncio. Cristo falou com um poder
que dominou o povo como uma forte tempestade: “Está escrito: A
Minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de sal-
teadores”.
Lucas 19:46
. Sua voz soou como trombeta através do
templo. O desagrado de Sua fisionomia assemelhava-se a um fogo
consumidor. Com autoridade, ordenou: “Tirai daqui estes.”
Três anos antes, os dirigentes do templo haviam-se envergo-
nhado de sua fuga à ordem de Jesus. Sempre se admiraram depois,
de seus temores e de sua obediência sem réplica a um simples,
humilde homem. Julgaram ser impossível repetir-se a humilhante
submissão. Ficaram, todavia, ainda mais aterrados agora que antes
e mais apressados em obedecer-Lhe à ordem. Não houve ninguém
que ousasse questionar-Lhe a autoridade. Sacerdotes e comerciantes
fugiram-Lhe da presença, tangendo adiante o gado.
Ao saírem do templo, encontraram no caminho uma multidão
que trazia os enfermos, indagando pelo grande Médico. As notícias
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dadas pelos que fugiam, fizeram com que alguns desses voltassem
atrás. Temiam encontrar Alguém tão poderoso, cujo simples olhar
afugentara de Sua presença os sacerdotes e principais. O maior
número, porém, avançou por entre a multidão apressada, ansiosos de
encontrar Aquele que era sua única esperança. Ao fugir do templo
a multidão, muitos ficaram atrás. A esses se reuniram então os
recém-vindos. Novamente o pátio do templo se encheu de doentes e
moribundos, e mais uma vez, Jesus os socorreu.
Depois de algum tempo, os sacerdotes e líderes se aventuraram a
voltar ao templo. Acalmado o pânico, sentiram-se presa de ansiedade
quanto ao que iria Jesus fazer em seguida. Esperavam que tomasse
o trono de Davi. Voltando silenciosamente ao templo, ouviram vo-
zes de homens e mulheres e crianças louvando a Deus. Ao entrar,
ficaram paralisados diante da maravilhosa cena. Viram os enfermos
curados, os cegos restaurados à vista, os surdos ouvindo, e os coxos
saltando de prazer. As crianças superavam os demais no regozijo.
Jesus lhes curara as moléstias; enlaçara-as nos braços, recebera-lhes
os beijos de reconhecido afeto, e algumas delas haviam adorme-
cido em Seu peito, ao ensinar Ele a multidão. Agora, com alegres
vozes, os pequenos Lhe entoavam o louvor. Repetiam os hosanas
da véspera, e triunfalmente agitavam palmas diante do Salvador. O