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O Desejado de Todas as Nações
Dirigindo-se ao templo, onde Ele estava ensinando, puseram-se
a interrogá-Lo: “Com que autoridade fazes isto? e quem Te deu tal
autoridade?”
Mateus 21:23
. Esperavam que Ele declarasse proceder
de Deus Sua autoridade. Essa afirmação intentavam negar. Mas Jesus
os enfrentou com outra interrogação, aparentemente ligada a assunto
diverso, e tornou Sua resposta dependente da que eles dessem a essa
pergunta. “O batismo de João”, disse Ele, “de onde era? Do Céu, ou
dos homens?”
Mateus 21:25
.
Viram os sacerdotes encontrar-se diante de um dilema do qual
nenhum sofisma os podia livrar. Se dissessem que o batismo de
João era do Céu, tornar-se-ia patente sua incoerência. Cristo di-
ria: Então por que não o crestes? João testificara de Cristo: “Eis
o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.
João 1:29
. Se
os sacerdotes acreditassem no testemunho de João, como poderiam
negar a messianidade de Cristo? Se declarassem sua crença real, de
que o ministério de João era dos homens, trariam sobre si mesmos
uma tempestade de indignação; pois o povo acreditava que João era
profeta.
Com vivo interesse aguardava o povo a decisão. Sabia que os
sacerdotes haviam professado aceitar o ministério de João, e espe-
ravam que reconhecessem indiscutivelmente que fora enviado por
Deus. Mas depois de conferenciarem em segredo entre si, decidiram
não se comprometer. Professando hipocritamente ignorância, disse-
ram: “Não sabemos.” “Nem Eu vos digo com que autoridade faço
isto” (
Mateus 21:27
), disse Jesus.
Escribas, sacerdotes e principais ficaram todos em silêncio. Con-
fundidos e decepcionados, quedaram cabisbaixos, não ousando in-
sistir em interrogar a Cristo. Por sua covardia e indecisão haviam,
em grande medida, perdido o respeito do povo, que se achava então
ao lado, divertido de ver derrotados esses orgulhosos homens, cheios
de justiça própria.
Todas essas palavras e atos de Cristo eram importantes, e sua
influência devia ser experimentada em grau sempre crescente de-
pois de Sua crucifixão e ascensão. Muitos dos que tinham esperado
ansiosamente o resultado da pergunta de Jesus, afinal se tornariam
discípulos Seus, havendo sido pela primeira vez atraídos a Ele na-
quele dia cheio de acontecimentos. A cena do pátio do templo nunca
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mais se apagaria da memória deles. Era assinalado o contraste en-