Página 566 - O Desejado de Todas as Na

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O Desejado de Todas as Nações
quem vencerá e participará da herança dos santos na luz; mas anjos
do Céu estão atravessando a Terra de alto a baixo, de lado a lado,
buscando confortar os tristes, proteger os que estão em perigo, con-
quistar o coração dos homens para Cristo. Ninguém é negligenciado
ou deixado à margem. Deus não faz acepção de pessoas, e tem igual
cuidado pelas almas que criou.
Ao abrirdes a porta aos necessitados e sofredores de Cristo,
estais acolhendo anjos invisíveis. Convidais a companhia de seres
celestiais. Eles trazem uma sagrada atmosfera de alegria e paz. Vêm
com louvores nos lábios, e uma nota correspondente se ouve no Céu.
Todo ato de misericórdia promove música ali. O Pai, em Seu trono,
conta os abnegados obreiros entre Seus mais preciosos tesouros.
Os que estão à esquerda de Cristo, os que O negligenciaram
na pessoa dos pobres e sofredores, estavam inconscientes de sua
culpa. Satanás os cegara; não perceberam o que deviam a seus
irmãos. Estiveram absorvidos consigo mesmos, e não cuidaram das
necessidades dos outros.
Deus deu aos ricos fortuna para que socorram e confortem Seus
filhos sofredores; mas demasiadas vezes são indiferentes às priva-
ções dos demais. Sentem-se superiores a seus irmãos pobres. Não se
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colocam no lugar deles. Não compreendem suas tentações e lutas, e
a misericórdia extingue-se-lhes no coração. Em custosas habitações
e esplêndidas igrejas, os ricos excluem-se dos pobres, e os meios
dados por Deus, para beneficiar os necessitados, são gastos em os-
tentação, orgulho e egoísmo. Os pobres são diariamente roubados
quanto à educação que deviam ter a respeito das ternas misericórdias
de Deus; pois Ele tomou amplas providências para que fossem con-
fortados com o indispensável à vida. São forçados a sofrer a pobreza
que limita a existência, sendo muitas vezes tentados a ficar invejo-
sos, ciumentos e cheios de ruins suspeitas. Os que não sofreram,
por sua parte, a pressão das necessidades, freqüentemente tratam os
pobres com menosprezo, fazendo-lhes sentir que são considerados
indigentes.
Mas Cristo contempla tudo isso e diz: Fui Eu que tive fome e
sede. Fui Eu que andei como estrangeiro. Fui Eu o enfermo. Eu que
estive na prisão. Enquanto vos banqueteáveis em vossa rica mesa,
Eu Me achava faminto na choupana ou no desabrigo das ruas. Ao
vos encontrardes à vontade em vossa luxuosa habitação, Eu não