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O Desejado de Todas as Nações
Lhe ainda a divindade. Unicamente Cristo podia representar o Pai
perante a humanidade, e essa representação haviam os discípulos
tido o privilégio de contemplar por mais de três anos.
“Crede-Me que estou no Pai, e o Pai em Mim; crede-Me, ao
menos, por causa das mesmas obras”.
João 14:11
. Sua fé podia
repousar segura no testemunho dado nas obras de Cristo, obras que
homem algum, de si mesmo, já realizou, nem poderia nunca realizar.
Elas testificavam de Sua divindade. Por meio dEle Se revelara o Pai.
Se os discípulos cressem nessa vital ligação entre o Pai e o Filho,
a fé os não abandonaria ao verem os sofrimentos e a morte de Cristo
para salvar o mundo a perecer. Jesus os estava buscando levar, de
seu baixo nível de fé, à experiência a que poderiam atingir, compre-
endessem na verdade o que Ele era — Deus em carne. Desejava que
vissem dever sua fé conduzi-los acima, a Deus, ali permanecendo.
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Quão fervorosa e perseverantemente buscava nosso compassivo Sal-
vador preparar os discípulos para a tempestade de tentação que os
sacudiria em breve! Queria tê-los escondido com Ele em Deus.
Enquanto Cristo proferia estas palavras, a glória de Deus Lhe
irradiava do semblante, e todos os presentes experimentaram um
sagrado respeito ao escutar, com enlevada atenção, as Suas pala-
vras. Seu coração foi mais decididamente arrastado para Ele; e ao
serem atraídos para Cristo em maior amor, foram atraídos uns para
os outros. Sentiram que o Céu estava muito próximo, e que as pala-
vras que escutavam era uma mensagem a eles enviada por seu Pai
celestial.
“Na verdade, na verdade vos digo”, continuou Cristo, “que
aquele que crê em Mim também fará as obras que Eu faço”.
João
14:12
. O Salvador estava profundamente ansioso por que Seus discí-
pulos compreendessem para que fim Sua divindade estava unida à
humanidade. Ele veio ao mundo para manifestar a glória de Deus, a
fim de que o homem fosse erguido por Seu poder restaurador. Deus
Se revelou nEle, para que Se pudesse manifestar neles. Jesus não
revelou qualidades, nem exerceu poderes que os homens não possam
possuir mediante a fé nEle. Sua perfeita humanidade é a que todos
os Seus seguidores podem possuir, se forem sujeitos a Deus como
Ele o foi.
“E as fará maiores do que estas; porque Eu vou para Meu Pai.”
Por estas palavras Cristo não queria dizer que as obras dos discípulos