Página 687 - O Desejado de Todas as Na

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No sepulcro de José
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Os lamentos dos que sofriam levaram a milhares à convicção de
que se fora do mundo uma grande luz. Sem Cristo, a Terra era sombra
e escuridão. Muitos daqueles cuja voz havia avolumado o grito
de “Crucifica-O, crucifica-O” (
Lucas 23:21
), compreendiam agora
a calamidade que lhes sobreviera, e teriam com igual veemência
clamado — Dá-nos Jesus! — houvesse Ele estado ainda vivo.
Quando o povo soube que Jesus fora morto pelos sacerdotes, fez
indagações quanto a Sua morte. Os pormenores de Seu julgamento
foram o mais possível conservados em segredo; mas durante o tempo
em que Ele permaneceu no sepulcro Seu nome andava em milhares
de lábios, e notícias de Seu irrisório julgamento, e da desumanidade
dos sacerdotes e principais circulavam por toda parte. Por homens de
inteligência foram esses sacerdotes e príncipes convidados a explicar
as profecias do Antigo Testamento a respeito do Messias, e enquanto
procuravam forjar qualquer falsidade em resposta, ficaram como
loucos. As profecias que indicavam os sofrimentos e a morte de
Cristo, não podiam explicar, e muitos indagadores se convenceram
de que as Escrituras se haviam cumprido.
A vingança que os sacerdotes julgaram seria tão doce, já lhes
era amarga. Sabiam que estavam enfrentando a severa censura do
povo e que os próprios a quem influenciaram contra Jesus se sentiam
agora horrorizados com a vergonhosa obra que haviam feito. Esses
sacerdotes procuraram crer que Jesus era enganador; mas em vão.
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Alguns deles estiveram ao pé da sepultura de Lázaro e viram o
morto chamado novamente à vida. Tremeram de temor de que Cristo
ressuscitasse por Sua vez, e tornasse a aparecer diante deles. Haviam-
nO ouvido declarar que tinha poder para dar Sua vida, e para tornar a
tomá-la. Lembravam-se de que dissera: “Derribai este templo, e em
três dias o levantarei”.
João 2:19
. Judas declarara-lhes as palavras
ditas por Ele aos discípulos, durante a última viagem para Jerusalém:
“Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue
aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-Lo-ão à
morte. E O entregarão aos gentios para que dEle escarneçam, e O
açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará”.
Mateus 20:18,
19
. Ao ouvirem essas palavras, zombaram e ridicularizaram. Agora,
porém, se lembravam de que até ali se haviam cumprido as predições
de Cristo. Afirmara que ressuscitaria ao terceiro dia, e quem poderia
dizer que isso também não se cumpriria? Desejavam expulsar esses