Página 69 - O Desejado de Todas as Na

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Dias de luta
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lições que aprendera da natureza acerca do amor, da benevolência e
bondade de Deus.
Ensinava todos a se considerarem dotados de preciosos talentos,
os quais, se devidamente empregados, lhes adquiririam riquezas
eternas. Extirpava da vida toda vaidade, ensinando também, pelo
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próprio exemplo, que cada momento de tempo se acha carregado
de resultados eternos; que deve ser apreciado como um tesouro, e
empregado para fins santos. Não considerava ninguém indigno, mas
buscava aplicar a todos o remédio salvador. Em qualquer companhia
que Se encontrasse, apresentava uma lição adequada ao tempo e
às circunstâncias. Buscava inspirar a esperança nos mais ásperos e
menos prometedores, dando-lhes a certeza de que se poderiam tornar
irrepreensíveis e inocentes, adquirindo caráter que demonstraria
serem eles filhos de Deus. Encontrava freqüentemente pessoas que
viviam sob o poder de Satanás, e não possuíam forças para romper-
lhe as malhas. A essas pessoas desanimadas, enfermas, tentadas e
caídas, Jesus costumava dirigir palavras da mais terna compaixão,
palavras cuja necessidade era sentida, e que podiam ser apreciadas.
Outros deparava Ele que se achavam empenhados em renhida luta
contra o adversário. A esses animava a perseverar, assegurando-lhes
que haviam de vencer; pois tinham a seu lado anjos de Deus, que
lhes dariam a vitória. Aqueles a quem assim ajudava convenciam-se
de que havia Alguém em quem podiam confiar plenamente. Ele não
trairia os segredos que Lhe desafogassem nos compassivos ouvidos.
Jesus era o médico do corpo, da mesma maneira que o era do
espírito. Interessava-Se em todos os aspectos de sofrimento que se
Lhe apresentavam, e proporcionava alívio a todos, havendo em Suas
palavras o efeito de um bálsamo suavizador. Ninguém podia dizer
que houvesse operado um milagre; mas virtude — o poder curativo
do amor — dEle saía para os enfermos e aflitos. Assim, de maneira
discreta, trabalhava pelo povo já desde a infância. E foi por isso que,
ao começar Seu ministério público, tantos havia que O escutavam
alegremente.
Apesar disso, Jesus atravessou sozinho a infância, a adolescência
e juventude. Em Sua pureza e fidelidade, pisou sozinho o lagar,
e do povo ninguém havia com Ele. Carregou o tremendo peso da
responsabilidade pela salvação dos homens. Sabia que, a menos
que houvesse decidida mudança nos princípios e desígnios da raça