Página 701 - O Desejado de Todas as Na

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“Por que choras?”
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dizer a Meus irmãos que vão a Galiléia, e lá Me verão”.
Mateus
28:10
.
A primeira obra de Cristo na Terra, depois de Sua ressurreição,
foi convencer os discípulos de Seu inalterável amor e terna solicitude
para com eles. Para lhes dar testemunho de que era seu Salvador vivo,
de que quebrara as cadeias do túmulo, e não mais podia ser retido
pelo inimigo, a morte; para revelar que tinha o mesmo coração de
amor de quando andava com eles como seu amado Mestre, apareceu-
lhes por várias vezes. Queria estreitar ainda mais em torno deles os
laços de amor. Ide, dizei a Meus irmãos, disse Ele, que Me encontrem
na Galiléia.
Ao ouvirem essa combinação, feita de maneira tão positiva, os
discípulos começaram a pensar nas palavras de Cristo, predizendo-
lhes Sua ressurreição. Mesmo então, no entanto, não se regozijaram.
Não podiam expulsar de si as dúvidas e perplexidades. Mesmo
quando as mulheres declararam haver visto o Senhor, os discípulos
não queriam crer. Julgavam-nas sob a influência de uma ilusão.
Parecia que se acumulava aflição sobre aflição. No sexto dia da
semana tinham presenciado a morte do Mestre; no primeiro dia da
semana seguinte, viram-se privados de Seu corpo, e eram acusados
de O haver roubado para enganar o povo. Desesperavam de poder
desfazer as falsas impressões que ganhavam terreno contra eles.
Temiam a inimizade dos sacerdotes e a ira do povo. Anelavam a
presença de Jesus, que os ajudara em toda perplexidade.
Repetiam muitas vezes as palavras: “E nós esperávamos que
fosse Ele o que remisse Israel”.
Lucas 24:21
. Sentindo-se tão sós e
tão repassados de dor, lembraram as Suas palavras: “Se ao madeiro
verde fazem isto, que se fará ao seco?”
Lucas 23:31
. Reuniram-se
no cenáculo e fecharam bem as portas, sabendo que a sorte de seu
amado Mestre poderia a qualquer momento ser a deles mesmos.
E todo esse tempo se poderiam estar regozijando no conheci-
mento de um Salvador ressuscitado! No horto, Maria estivera cho-
rando, quando Jesus Se achava mesmo junto dela. Tão cegados tinha
os olhos pelas lágrimas, que O não distinguira. E o coração dos
discípulos estava tão cheio de pesar, que não creram na mensagem
do anjo, nem nas palavras do próprio Cristo.
Quantos estão a fazer ainda o que fizeram esses discípulos!
Quantos se fazem eco do desalentado lamento de Maria: “Levaram o