Página 715 - O Desejado de Todas as Na

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Mais uma vez à beira-mar
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o resultado de uma bem-sucedida noite de pesca. Assim se afastaram
nos botes, mas nada apanharam. Toda a noite labutaram, mas sem
resultado. Durante fatigantes horas, falaram sobre o Senhor ausente
e relembraram os admiráveis acontecimentos que presenciaram em
Seu ministério à beira-mar. Interrogaram-se quanto ao próprio futuro,
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e se entristeceram ante as perspectivas.
Todo esse tempo, um solitário Observador, na praia, os acompa-
nhava com a vista, ao passo que Ele próprio Se achava invisível. Por
fim raiou a manhã. O barco estava apenas a pouca distância da terra,
e os discípulos viram de pé na praia um Estranho que os abordou
com a pergunta: “Filhos, tendes alguma coisa de comer?” Quando
responderam: “Não”, “Ele lhes disse: Lançai a rede para a banda
direita do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam
tirar, pela multidão dos peixes”.
João 21:5, 6
.
João reconheceu o Estranho e exclamou para Pedro: “É o Se-
nhor.” Pedro ficou tão arrebatado, tão alegre, que em sua ansiedade
se lançou à água e dentro em pouco se encontrou ao lado do Mestre.
Os outros discípulos vieram no bote, puxando a rede com os peixes.
“Logo que desceram para terra, viram ali brasas, e um peixe posto
em cima, e pão”.
João 21:9
.
Estavam demasiado surpresos para perguntar de onde viera o
fogo e a comida. “Disse-lhes Jesus: Trazei dos peixes que agora
apanhastes”.
João 21:10
. Pedro correu para a rede que ele lançara, e
ajudou os irmãos a arrastá-la para a praia. Depois de tudo pronto,
Jesus convidou os discípulos para comer. Partiu o alimento e o
dividiu entre eles, sendo conhecido e reconhecido por todos os sete.
O milagre feito na encosta da montanha, para alimentar os cinco mil,
acudiu-lhes à memória; mas estavam tomados de misterioso respeito
e, em silêncio, contemplavam o Salvador ressuscitado.
Recordavam vivamente a cena junto ao mar, quando Jesus lhes
ordenara que O seguissem. Lembraram-se de como, ao Seu mando,
se haviam feito ao mar alto e lançado a rede, e a pesca fora tão
abundante que a enchera a ponto de romper-se. Então Jesus os
convidara a deixar os barcos de pesca e lhes prometera torná-los
pescadores de homens. Fora para trazer-lhes esta cena à lembrança
e aprofundar-lhes a impressão, que Ele tornara a realizar o milagre.
Seu ato era uma renovação da comissão confiada aos discípulos.
Isso lhes mostrava que a morte de seu Mestre não lhes diminuíra a