Página 89 - O Desejado de Todas as Na

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A tentação
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a raça humana cortada da direta comunhão com Deus; a comunica-
ção entre o Céu e a Terra fizera-se por meio de Cristo; mas agora,
que Jesus viera “em semelhança da carne do pecado” (
Romanos
8:3
), o próprio Pai falou. Dantes, comunicara-Se com a humanidade
por intermédio
de Cristo; fazia-o agora
em Cristo.
Satanás esperara
que, devido ao aborrecimento de Deus pelo pecado, se daria eterna
separação entre o Céu e a Terra. Era, no entanto, agora manifesto
que a ligação entre Deus e o homem fora restaurada.
Satanás viu que, ou venceria, ou seria vencido. Os resultados
do conflito envolviam demasiado para ser ele confiado aos anjos
confederados. Ele próprio devia dirigir em pessoa o conflito. Todas
as forças da apostasia se puseram a postos contra o Filho de Deus.
Cristo Se tornou o alvo de todas as armas do mal.
Muitos há que não consideram esse conflito entre Cristo e Sa-
tanás como tendo relação especial com sua própria vida; pouco
interesse tem para eles. Mas, essa luta repete-se nos domínios de
cada coração. Ninguém abandona jamais as fileiras do mal para o
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serviço de Deus, sem enfrentar os assaltos de Satanás. As sedutoras
sugestões a que Cristo resistiu, foram as mesmas que tão difícil
achamos vencer. A pressão que exerciam sobre Ele era tanto maior,
quanto Seu caráter era superior ao nosso. Com o terrível peso dos pe-
cados do mundo sobre Si, Cristo suportou a prova quanto ao apetite,
o amor do mundo e da ostentação, que induz à presunção. Foram
essas as tentações que derrotaram Adão e Eva, e tão prontamente
nos vencem.
Satanás apontara o pecado de Adão como prova de que a lei de
Deus era injusta, e não podia ser obedecida. Cristo devia redimir, em
nossa humanidade, a falha de Adão. Quando este fora vencido pelo
tentador entretanto, não tinha sobre si nenhum dos efeitos do pecado.
Encontrava-se na pujança da perfeita varonilidade, possuindo o pleno
vigor da mente e do corpo. Achava-se circundado das glórias do
Éden, e em comunicação diária com seres celestiais. Não foi assim
quanto a Jesus, quando penetrou no deserto para confrontar-Se com
Satanás. Por quatro mil anos a raça estivera a decrescer em forças
físicas, vigor mental e moral; e Cristo tomou sobre Si as fraquezas da
humanidade degenerada. Unicamente assim podia salvar o homem
das profundezas de sua degradação.