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Educação manual
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Grave-se nos jovens o pensamento de que a educação não con-
siste em ensinar-lhes como escapar das ocupações desagradáveis e
fardos pesados da vida; mas que seu propósito é suavizar o trabalho,
ensinando melhores métodos e objetivos mais elevados. Ensinem-
lhes que o verdadeiro alvo da vida não é adquirir o maior ganho
possível para si, mas honrar ao seu Criador, cumprindo sua parte no
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trabalho do mundo, e estendendo mão auxiliadora aos mais fracos e
mais ignorantes.
Uma grande razão por que o trabalho físico é menosprezado, é
a maneira desleixada e inconsiderada como é muitas vezes reali-
zado. É feito por necessidade e não porque haja sido escolhido. O
trabalhador não o leva a sério, não conserva o respeito de si mesmo
nem conquista o de outrem. O ensino manual deve corrigir este erro.
Deve desenvolver hábitos de exatidão e perfeição. Os estudantes
devem aprender o tato e o método em seus afazeres; aprender a
economizar tempo, e a fazer cada movimento de maneira que seja
aproveitado. Não somente lhes devem ser ensinados os melhores
métodos, mas cumpre sejam inspirados pela ambição de sempre se
aperfeiçoarem. Seja o seu alvo fazer o seu trabalho o mais perfeito
que o cérebro e as mãos humanas possam conseguir.
Tal ensino fará com que os jovens sejam senhores e não escravos
do trabalho. Aliviará a sorte daquele que moureja, e enobrecerá até
a mais humilde ocupação. Aquele que considera o trabalho sim-
plesmente coisa enfadonha, e a ele se entrega com uma ignorância
complacente, sem fazer esforço por aperfeiçoar-se, terá verdadeira-
mente nele um fardo. Aqueles, porém, que reconhecem ciência no
mais humilde trabalho, nele verão nobreza e beleza, e terão prazer
em realizá-lo com fidelidade e eficiência.
Um jovem educado desta maneira, qualquer que seja a sua missão
na vida, contanto que seja honesto, há de fazer de seu cargo uma
posição de utilidade e honra.
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