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Educação
que a disciplina seja muito freqüentemente uma operação penosa.
Penosa deve ser para a natureza inferior, contrariando, como faz, aos
desejos e inclinações naturais; mas tais penas devem-se perder de
vista na perspectiva de uma maior alegria.
Ensine-se à criança e ao jovem que todo erro, toda falta, toda
dificuldade vencidos, se tornam um degrau no acesso a coisas me-
lhores e mais elevadas. É mediante tais experiências que todos os
que tornaram a vida digna de ser vivida, alcançaram êxito.
“As culminâncias pelos grandes homens atingidas e mantidas,
Não se conseguiram por uma luta súbita;
Mas eles, enquanto dormiam seus companheiros,
À noite labutavam em seu esforço por ascender.”
“Elevamo-nos pelas coisas que estão sob nossos pés,
Pelas coisas que conquistamos, boas e valiosas,
Pela deposição do orgulho e morte da paixão,
E vitória sobre montanhas que a todo instante encontramos.”
“As coisas comuns todas, os acontecimentos de cada dia,
Que num momento se iniciam e num momento terminam,
Nossos prazeres e descontentamentos,
São degraus por que podemos ascender.”
Não devemos atentar “nas coisas que se vêem, mas nas que se
não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não
vêem são eternas”.
2 Coríntios 4:18
. A permuta que fazemos ao
renunciar desejos e inclinações egoístas, é uma permuta do inútil e
transitório com o precioso e duradouro. Isto não é sacrifício, antes
infinito ganho.
“Algo melhor” é a senha da educação, a lei de todo o verdadeiro
viver. Cristo oferece, em lugar do que quer que nos ordene renunciar,
algo melhor. Muitas vezes os jovens anelam objetivos, consecuções
e prazeres que podem não parecer males, mas que deixam de ser
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o mais elevado bem. Desviam a vida de seu mais nobre objetivo.
Medidas arbitrárias ou ataques diretos podem deixar de produzir
efeito no sentido de levar estes jovens a abandonar o que têm na conta
de precioso. Sejam eles dirigidos a algo melhor do que a ostentação,