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Uma ilustração de seus métodos
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Pedro o trouxeram mais e mais próximo da extremidade. Repetidas
vezes fizera-lhe o aviso de que ele negaria conhecê-Lo.
Lucas 22:34
.
Foi o coração angustiado e amante do discípulo que proferiu esta
confissão: “Senhor, estou pronto a ir contigo até à prisão e à morte”
(
Lucas 22:33
); e Aquele que lê os corações deu a Pedro a mensagem,
então pouco apreciada, mas que nas trevas prestes a cair lançaria um
raio de esperança: “Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para
vos cirandar como trigo; mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não
desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.”
Lucas
22:31, 32
.
Quando no tribunal as palavras de negação foram proferidas; e
quando o amor e a lealdade de Pedro, despertados pelo olhar de pie-
dade, amor e tristeza do Salvador, o fizeram sair para o jardim onde
Cristo havia chorado e orado; e quando suas lágrimas de remorso
caíam sobre o solo que fora umedecido com as gotas de sangue
de Sua agonia, então as palavras do Salvador — “Roguei por ti,
... quando te converteres, confirma teus irmãos” — foram-lhe um
arrimo para a alma. Cristo, conquanto previsse o seu pecado, não o
abandonara ao desespero.
Se o olhar de Jesus, lançado sobre ele, houvesse expressado
condenação em lugar de piedade; se ao predizer o pecado tivesse Ele
deixado de falar em esperança, quão densas não teriam sido as trevas
que cobririam a Pedro! Quão irreprimível o desespero daquela alma
torturada! Naquela hora de angústia e de desgosto de si próprio, que
poderia detê-lo de ir pelo caminho trilhado por Judas?
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Aquele que não poderia poupar a Seu discípulo a angústia, não
o deixou só em sua amargura. Seu amor não falha nem abandona.
Os seres humanos, naturalmente propensos ao mal, inclinam-se
a tratar severamente com os que são tentados e erram. Não podem
ler o coração, não conhecem suas lutas e dores. Necessitam aprender
acerca daquela censura inspirada no amor, do golpe que fere para
curar, da admoestação que traduz esperança.
Não foi João, aquele que com Ele vigiou no tribunal, que esteve
ao lado de Sua cruz, e que dentre os doze foi o primeiro a chegar
ao túmulo — não foi João, mas Pedro, o que pessoalmente foi men-
cionado na primeira mensagem enviada por Cristo aos discípulos,
depois de Sua ressurreição. “Dizei a Seus discípulos e a Pedro”, disse