Página 233 - Evangelismo (2007)

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Depois de algum tempo, alguns destes têm a prova de sua aceita-
ção da parte de Deus, e então são induzidos a identificar-se com Seu
povo. Datam a sua conversão a partir desse momento. Foi-me mos-
trado, porém, que haviam sido aceitos na família de Deus antes desse
tempo. Deus os aceitara quando se sentiram enfadados do pecado
e, havendo perdido a satisfação pelos prazeres mundanos, decidi-
ram buscar a Deus diligentemente. Mas, por não compreenderem a
simplicidade do plano da salvação, perderam muitos privilégios e
bênçãos que poderiam haver reclamado se apenas houvessem crido,
quando pela primeira vez se voltaram para Deus, que Ele os aceitara.
Outros caem em erro ainda mais perigoso. São governados por
impulsos. Despertam-se-lhes as simpatias e consideram esse arroubo
de sentimento uma prova de que foram aceitos por Deus e estão
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convertidos. Mas os princípios de sua vida não sofreram modificação.
As evidências de uma genuína obra de graça no coração tem que ter
base, não nos sentimentos, mas na vida. “Por seus frutos”, declarou
Cristo, “os conhecereis.”
Muitas preciosas almas que almejam fervorosamente ser cristãs
andam, não obstante, tropeçando nas trevas, a espera de que seus
sentimentos sejam excitados convincentemente. Esperam que lhes
ocorra uma mudança especial nos sentimentos. Esperam que alguma
força irresistível, sobre que não tenham domínio os subjugue. Esque-
cem a circunstância de que o crente em Cristo deve operar a própria
salvação com temor e tremor.
O pecador convicto tem alguma coisa que fazer além de
arrepender-se; tem que fazer a sua parte para ser aceito por Deus.
Deve crer que Deus lhe aceita o arrependimento, de conformidade
com Sua promessa: “Sem fé é impossível agradar-Lhe; porque é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe,
e que é galardoador dos que O buscam.”
A obra da graça no coração não se opera instantaneamente.
Efetua-se por uma vigilância contínua e cotidiana e pela crença
nas promessas de Deus. A pessoa arrependida e crente, que nutre
fé e ardentemente anela a graça renovadora de Cristo, não será
por Deus despedida vazia. Ele lhe concederá graça. E os anjos
ministradores ajudá-la-ão enquanto perseverar nos esforços para
avançar. —
Manuscrito 55, 1910
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