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Ellen G. White esclarece as questões
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para que possam discernir com assombro a completa desvalia do
mérito das criaturas para ganhar a recompensa da vida eterna. Pode
haver fervorosa labuta e intensa afeição, elevada e nobre consecução
intelectual, amplitude de compreensão e a maior humilhação, que
sejam depositadas aos pés de nosso Redentor; mas não há nisso nem
um pouquinho mais do que a graça e o talento originalmente dados
por Deus. Não deve ser dado nada menos do que ordena o dever,
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mas não se pode dar nada mais do que se recebeu a princípio; e
tudo precisa ser colocado sobre o fogo da justiça de Cristo, a fim
de que seja purificado de seu odor terreno, antes que ascenda numa
nuvem de fragrante incenso ao grande Jeová e seja aceito como
aroma suave.
Pergunto: Como posso apresentar este assunto assim como é? O
Senhor Jesus comunica todo o poder, toda a graça, toda a penitência,
toda a inclinação, todo o perdão dos pecados, ao apresentar Sua
justiça para que o homem dela se apodere por meio de fé viva —
a qual também é o dom de Deus. Se juntássemos tudo que é bom
e santo, nobre e belo no homem, e apresentássemos o resultado
aos anjos de Deus, como se desempenhasse uma parte na salvação
da alma humana ou na obtenção de mérito, a proposta seria rejei-
tada como traição. Encontrando-se na presença de seu Criador e
contemplando a glória insuperável que envolve Sua Pessoa, eles
consideram o Cordeiro de Deus dado desde a fundação do mundo a
uma vida de humilhação, a ser rejeitado por homens pecaminosos,
e a ser desprezado e crucificado. Quem pode avaliar a imensidão
desse sacrifício!
Cristo Se fez pobre por amor de nós, para que pela Sua pobreza
nos tornássemos ricos. E quaisquer obras que o homem pode prestar
a Deus serão muito menos do que nada. Meus pedidos só se tornam
aceitáveis por estarem baseados na justiça de Cristo. A idéia de fazer
algo para merecer a graça do perdão é errônea do começo até o fim.
“Senhor, não trago na mão valor algum; simplesmente me apego a
Tua cruz.”
O que o homem não pode fazer
O homem não pode realizar proezas dignas de louvor que lhe
dêem alguma glória. Os homens têm o hábito de glorificar os homens