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Fé e obras — de mãos dadas
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No entanto, ao vermos a nós mesmos, desviemos o olhar para Je-
sus, que a Si mesmo Se deu por nós para que pudesse remir-nos
de toda iniqüidade. Pela fé apoderai-vos dos méritos de Cristo, e
será aplicado o sangue que purifica a alma. Quão mais claramente
discernirmos os males e os perigos a que temos estado expostos,
tanto mais gratos seremos pela libertação por meio de Cristo. O
evangelho de Cristo não dá licença aos homens para transgredirem a
lei, pois foi pela transgressão que se abriram sobre o nosso mundo
as comportas da aflição.
Hoje o pecado é a mesma coisa maligna que era no tempo de
Adão. O evangelho não promete o favor de Deus para alguém que,
com impenitência, viola Sua lei. A depravação do coração humano,
a culpa da transgressão, a ruína do pecado, são todas manifestadas
pela cruz em que Cristo proveu um meio de escape para nós.
Uma doutrina cheia de engano
Justiça-própria é o perigo desta época; ela separa a alma de
Cristo. Os que confiam em sua própria justiça não podem com-
preender como a salvação advém por meio de Cristo. Chamam o
pecado de justiça, e a justiça de pecado. Não têm noção do mal da
transgressão, nem compreensão do terror da lei; pois não respeitam
o padrão moral de Deus. A razão de haver tantas conversões espúrias
nestes dias é que há tão pouco apreço da lei de Deus. Em lugar do
padrão de justiça de Deus, os homens erigiram um padrão de sua
própria escolha para avaliar o caráter. Eles vêem como em espelho,
obscuramente, e apresentam falsas idéias de santificação ao povo,
incentivando assim o egotismo, o orgulho e a justiça-própria. A
doutrina da santificação defendida por muitos está cheia de engano,
pois é lisonjeira ao coração natural; mas a coisa mais afável que
pode ser pregada ao pecador é a verdade dos reclamos obrigatórios
da lei de Deus. A fé e as obras precisam andar de mãos dadas; pois
a fé sem as obras, por si só está morta.
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A prova da doutrina
O profeta declara uma verdade pela qual podemos provar toda
doutrina. Diz ele: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta