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Fé e Obras
cidos, ou negligencia conhecidos deveres. Deus requer a completa
entrega do coração, antes que possa ter lugar a justificação; e para
que o homem conserve essa justificação, tem de haver obediência
contínua, mediante ativa e viva fé que opera pelo amor e purifica a
alma.
Tiago escreve acerca de Abraão e diz: “Não foi por obras que
o nosso pai Abraão foi justificado, quando ofereceu sobre o altar
o próprio filho, Isaque? Vês como a fé operava juntamente com as
suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou, e se
cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe
foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus. Verificais
que uma pessoa é justificada por obras, e não por fé somente.”
Tiago
2:21-24
. A fim de que o homem seja justificado pela fé, esta tem de
chegar ao ponto em que controle as afeições e impulsos do coração;
e é pela obediência que a própria fé se aperfeiçoa.
Fé, condição da promessa
Sem a graça de Cristo acha-se o pecador em estado desesperador;
coisa alguma pode ser feita em seu favor; mas pela graça divina é
comunicado ao homem poder sobrenatural, que opera em seu espí-
rito, coração e caráter. É pela comunicação da graça de Cristo que
se discerne o pecado em sua natureza odiosa, sendo afinal expulso
do templo da alma. É pela graça que somos levados em comunhão
com Cristo, para com Ele sermos associados na obra da salvação.
A fé é a condição sob a qual Deus houve por bem prometer perdão
aos pecadores; não que exista na fé qualquer virtude pela qual se
mereça a salvação, mas porque a fé pode prevalecer-se dos méritos
de Cristo, o remédio provido para o pecado. A fé pode apresentar a
perfeita obediência de Cristo em lugar da transgressão e rebeldia do
pecador. Quando o pecador crê que Cristo é seu Salvador pessoal,
então, de acordo com as Suas promessas infalíveis, Deus lhe perdoa
o pecado e o justifica livremente. A alma arrependida reconhece que
sua justificação vem porque Cristo, como seu Substituto e Penhor,
morreu por ele, e é sua expiação e justiça.
“Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e,
sim, como dívida. Mas ao que não trabalha, porém crê nAquele que
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