Página 106 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
tudo sua firmeza era inabalável. Obrigados a buscar refúgio nos
bosques e cavernas, congregavam-se ainda para ler a Palavra de
Deus, e unir-se em Seu culto.
Por meio de mensageiros enviados secretamente a diversos paí-
ses, souberam que aqui e acolá havia “os que isoladamente con-
fessavam a verdade, alguns numa cidade, outros noutra, como eles
próprios, objeto de perseguição; e que entre as montanhas dos Al-
pes havia uma antiga igreja, apoiada no fundamento das Escrituras
e protestando contra as corrupções idolátricas de Roma.” — Wy-
lie. Esta informação foi recebida com grande alegria, e iniciou-se
correspondência com os cristãos valdenses.
Firmes no evangelho, os boêmios esperaram através da noite de
sua perseguição, ainda volvendo os olhos para o horizonte, na hora
mais tenebrosa, semelhantes aos homens que esperam a manhã. “Sua
sorte fora lançada em dias maus mas... lembravam-se das palavras
primeiramente proferidas por Huss e repetidas por Jerônimo, de que
um século deveria passar antes que raiasse o dia. Estas foram para os
taboritas [hussitas] o que, para as tribos na casa da servidão, foram
as palavras de José: ‘Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e
vos fará subir desta terra.’” — Wylie. “O período final do século XV
testemunhou o aumento vagaroso mas certo das igrejas dos Irmãos.
Se bem que longe de não serem incomodados, gozavam de relativo
descanso. No princípio do século XVI, suas igrejas eram em número
de duzentas na Boêmia e na Morávia.” — Vida e Tempos de João
Huss, de Gillet. “Assim, numerosos foram os restantes que, esca-
pando da fúria destruidora do fogo e da espada, tiveram o privilégio
de ver o raiar daquele dia que Huss predissera.” — Wylie.
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