Predito o destino do mundo
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sua primeira glória? e como a vedes agora? não é esta como nada
em vossos olhos, comparada com aquela?”
Ageu 2:3
;
Esdras 3:12
.
Então foi feita a promessa de que a glória desta última casa seria
maior do que a da anterior.
Mas o segundo templo não igualou o primeiro em esplendor;
tampouco foi consagrado pelos visíveis sinais da presença divina que
o primeiro tivera. Não houve manifestação de poder sobrenatural
para assinalar sua dedicação. Nenhuma nuvem de glória foi vista a
encher o santuário recém-erigido. Nenhum fogo do Céu desceu para
consumir o sacrifício sobre o altar. O “shekinah” não mais habitava
entre os querubins no lugar santíssimo; a arca, o propiciatório, as
tábuas do testemunho não mais deviam encontrar-se ali. Nenhuma
voz ecoava do Céu para tornar conhecida ao sacerdote inquiridor a
vontade de Jeová.
Durante séculos os judeus em vão se haviam esforçado por mos-
trar que a promessa de Deus feita por Ageu se cumprira; entretanto,
o orgulho e a incredulidade lhes cegavam a mente ao verdadeiro
sentido das palavras do profeta. O segundo templo não foi honrado
com a nuvem de glória de Jeová, mas com a presença viva dAquele
em quem habita corporalmente a plenitude da divindade — que
foi o próprio Deus manifesto em carne. O “Desejado de todas as
nações” havia em verdade chegado a Seu templo quando o Homem
de Nazaré ensinava e curava nos pátios sagrados. Com a presença de
Cristo, e com ela somente, o segundo templo excedeu o primeiro em
glória. Mas Israel afastara de si o Dom do Céu, que lhe era oferecido.
Com o humilde Mestre que naquele dia saíra de seu portal de ouro,
a glória para sempre se retirara do templo. Já eram cumpridas as
palavras do Salvador: “Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta.”
Mateus 23:38
.
Os discípulos ficaram cheios de espanto e admiração ante a
profecia de Cristo acerca da subversão do templo, e desejavam com-
preender melhor o significado de Suas palavras. Riquezas, trabalhos
e perícia arquitetônica haviam durante mais de quarenta anos sido li-
beralmente expedidos para salientar os seus esplendores. Herodes, o
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Grande, nele empregara prodigamente tanto riquezas romanas como
tesouros judeus, e mesmo o imperador do mundo o tinha enriquecido
com seus dons. Blocos maciços de mármore branco, de tamanho
quase fabuloso, proveniente de Roma para este fim, formavam parte