Página 264 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
nismo e apatia espiritual, idêntica reverência às opiniões de homens,
e substituição dos ensinos da Palavra de Deus pelas teorias humanas.
A ampla circulação da Escritura Sagrada nos princípios do sé-
culo XIX, e a grande luz assim derramada sobre o mundo, não foram
seguidas de um correspondente progresso no conhecimento da ver-
dade revelada e na piedade prática. Satanás não pôde, como nos
séculos anteriores, privar o povo da Palavra de Deus; esta foi posta
ao alcance de todos; com o intuito porém, de ainda cumprir seu
objetivo, levou muitos a tê-la em pouca conta. Os homens negligen-
ciavam pesquisar as Escrituras, e assim continuaram a aceitar falsas
interpretações e acalentar doutrinas que não tinham fundamento na
Bíblia.
Vendo o malogro de seus esforços em aniquilar a verdade pela
perseguição, Satanás de novo recorreu ao plano de condescendência,
que deu como resultado a grande apostasia e a formação da Igreja
de Roma. Induziu os cristãos a se aliarem, não com os pagãos,
mas com os que, por seu apego às coisas deste mundo, tinham
demonstrado ser tão verdadeiramente idólatras como o eram os
adoradores de imagens de escultura. E os resultados desta união
não foram menos perniciosos então do que nos séculos anteriores;
o orgulho e a extravagância eram incentivados sob o disfarce de
religião, e as igrejas se tornaram corruptas. Satanás continuou a
perverter as doutrinas da Escritura Sagrada, e tradições que deveriam
fazer a ruína de milhões estavam a deitar profundas raízes. A igreja
mantinha e defendia essas tradições, em vez de contender pela “fé
que uma vez foi dada aos santos.” Assim se degradaram os princípios
por que os reformadores tanto haviam realizado e sofrido.
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