A esperança que infunde alegria
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meia-noite as trevas se desvaneceram, e a Lua, ao tornar-se visível,
tinha a aparência de sangue.
O dia 19 de maio de 1780 figura na História como “o Dia Es-
curo.” Desde o tempo de Moisés, nenhum período de trevas de igual
densidade, extensão e duração, já se registrou. A descrição deste
acontecimento, como a dá uma testemunha ocular, não é senão um
eco das palavras do Senhor, registradas pelo profeta Joel, dois mil
e quinhentos anos antes de seu cumprimento: “O Sol se converterá
em trevas, e a Lua em sangue, antes que venha o grande e terrível
dia do Senhor.”
Joel 2:31
.
Cristo ordenara a Seu povo que atendesse aos sinais de seu
advento e se regozijasse ao contemplar os indícios de seu vindouro
Rei. “Quando estas coisas começarem a acontecer”, disse Ele, “olhai
para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está
próxima.” Ele indicou a Seus seguidores as árvores a brotarem na
primavera, e disse: “Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós
mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós,
quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está
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perto.”
Lucas 21:28, 30, 31
.
Mas como o espírito de humildade e devoção na igreja cedera
lugar ao orgulho e formalismo, esfriaram o amor a Cristo e a fé em
Sua vinda. Absorto nas coisas mundanas e na busca de prazeres,
o povo professo de Deus estava cego às instruções do Salvador
relativas aos sinais de Seu aparecimento. A doutrina do segundo
advento tinha sido negligenciada; os textos que a ela se referem
foram obscurecidos por interpretações errôneas, a ponto de ficarem
em grande parte esquecidos e ignorados. Especialmente foi este
o caso nas igrejas da América do Norte. A liberdade e conforto
desfrutados por todas as classes da sociedade; o ambicioso desejo
de haveres e luxo, de onde vem o absorvente empenho de adquirir
dinheiro; a ansiosa procura de popularidade e poderio, que pareciam
estar ao alcance de todos, levavam os homens a centralizar seus
interesses e esperanças nas coisas desta vida, afastando ao futuro
longínquo o dia solene em que passaria a presente ordem de coisas.
Quando o Salvador indicou a Seus seguidores os sinais de Sua
volta, predisse o estado de apostasia que havia de existir precisa-
mente antes de Seu segundo advento. Haveria, como nos dias de
Noé, a atividade e a agitação das ocupações mundanas e da procura