Página 292 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
saber qual meu dever para com o mundo, em face da evidência que
comovera a meu próprio espírito.” — Bliss. Não pôde deixar de
sentir que era seu dever comunicar a outros a luz que tinha recebido.
Esperava encontrar oposição por parte dos ímpios, mas confiava em
que todos os cristãos se regozijariam na esperança de ver o Salvador,
a quem professavam amar. Seu único temor era que, em sua grande
alegria ante a perspectiva do glorioso livramento, a consumar-se tão
breve, muitos recebessem a doutrina sem examinar suficientemente
as Escrituras em demonstração de sua verdade. Portanto, hesitou
em apresentá-la, receando que estivesse em erro, e fosse, assim, o
meio de transviar a outros. Foi levado, desta maneira, a rever as
provas em apoio das conclusões a que chegara, e a considerar cui-
dadosamente toda dificuldade que se lhe apresentava ao espírito.
Viu que as objeções se desvaneciam ante a luz da Palavra de Deus,
como a névoa diante dos raios do Sol. Cinco anos despendidos desta
maneira, deixaram-no completamente convicto da correção de suas
opiniões.
E agora o dever de tornar conhecido a outros o que cria ser
ensinado tão claramente nas Escrituras, impunha-se-lhe com nova
força. “Quando me achava em minha ocupação”, disse ele, “soava
continuamente em meu ouvido: ‘Vai falar ao mundo sobre o perigo
que o ameaça.’ Ocorria-me constantemente esta passagem: ‘Se Eu
disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares
para desviar o ímpio de seu caminho, morrerá esse ímpio na sua
iniqüidade, mas o seu sangue Eu o demandarei da tua mão. Mas,
quando tu tiveres falado para desviar o ímpio do seu caminho, para
que se converta dele, e ele se não converter de seu caminho, ele
morrerá na sua iniqüidade, mas tu livraste a tua alma.’
Ezequiel
33:8, 9
. Compreendi que, se os ímpios pudessem ser devidamente
advertidos, multidões deles se arrependeriam; e que, se eles não
fossem avisados, seu sangue poderia ser exigido de minha mão.” —
Bliss.
Começou ele a apresentar suas opiniões em particular, quando
se lhe oferecia oportunidade, orando para que algum pastor pudesse
sentir a força das mesmas e dedicar-se à sua promulgação. Mas não
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pôde banir a convicção de que tinha um dever pessoal a cumprir, em
fazer a advertência. Ocorriam-lhe sempre ao espírito as palavras:
“Vai dizê-lo ao mundo; seu sangue requererei de tuas mãos.” Durante