Página 308 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
Se assentará no trono de Sua glória; e todas as nações serão reunidas
diante dEle.”
Mateus 25:31, 32
. Este reino está ainda no futuro. Não
será estabelecido antes do segundo advento de Cristo.
O reino da graça foi instituído imediatamente depois da queda
do homem, quando fora concebido um plano para a redenção da
raça culpada. Existiu ele então no propósito de Deus e pela Sua
promessa; e mediante a fé os homens podiam tornar-se súditos
seus. Contudo, não foi efetivamente estabelecido antes da morte de
Cristo. Mesmo depois de entrar para o Seu ministério terrestre, o
Salvador, cansado pela obstinação e ingratidão dos homens, poderia
ter-Se recusado ao sacrifício do Calvário. No Getsêmani, a taça de
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amarguras tremia-Lhe na mão. Ele poderia naquele momento ter
enxugado o suor de sangue da fronte, abandonando a raça criminosa
para que perecesse em sua iniqüidade. Houvesse Ele feito isto, e
não teria havido redenção para o homem caído. Quando, porém,
o Salvador rendeu a vida, e em Seu último alento clamou: “Está
consumado”, assegurou-se naquele instante o cumprimento do plano
da redenção. Ratificou-se a promessa de libertamento, feita no Éden,
ao casal pecador. O reino da graça, que antes existira pela promessa
de Deus, foi então estabelecido.
Destarte, a morte de Cristo — o próprio acontecimento que os
discípulos encararam como a destruição final de suas esperanças
— foi o que as confirmou para sempre. Conquanto lhes houvesse
acarretado cruel decepção, foi a prova máxima de que sua crença
era correta. O acontecimento que os enchera de pranto e desespero,
foi o que abrira a porta da esperança a todo filho de Adão, e no qual
se centralizava a vida futura e a felicidade eterna de todos os fiéis de
Deus, de todos os séculos.
Estavam a cumprir-se os desígnios da misericórdia infinita,
mesmo por meio do desapontamento dos discípulos. Se bem que o
coração deles tivesse sido ganho pela graça divina e pelo poder do
ensino dAquele que falou como homem algum jamais falara, todavia,
de mistura com o ouro puro do amor para com Jesus, achava-se a liga
vil do orgulho humano e das ambições egoístas. Mesmo na sala da
páscoa, na hora solene em que o Mestre já estava a entrar na sombra
do Getsêmani, houve “entre eles contenda, sobre qual deles parecia
ser o maior.”
Lucas 22:24
. Nada mais viam senão o trono, a coroa e a
glória, enquanto precisamente diante deles se achavam a ignomínia