Predito o destino do mundo
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Os judeus haviam forjado seus próprios grilhões; eles mesmos
encheram a taça da vingança. Na destruição completa que lhes so-
breveio como nação, e em todas as desgraças que os acompanharam
depois de dispersos, não estavam senão recolhendo a colheita que
suas próprias mãos semearam. Diz o profeta: “Para tua perda, ó
Israel, te rebelaste contra Mim”, “pelos teus pecados tens caído.”
Oséias 13:9; 14:1. Seus sofrimentos são muitas vezes representados
como sendo castigo a eles infligido por decreto direto da parte de
Deus. É assim que o grande enganador procura esconder sua pró-
pria obra. Pela obstinada rejeição do amor e misericórdia divina, os
judeus fizeram com que a proteção de Deus fosse deles retirada, e
permitiu-se a Satanás dirigi-los segundo a sua vontade. As horríveis
crueldades executadas na destruição de Jerusalém são uma demons-
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tração do poder vingador de Satanás sobre os que se rendem ao seu
controle.
Não podemos saber quanto devemos a Cristo pela paz e proteção
de que gozamos. É o poder de Deus que impede que a humanidade
passe completamente para o domínio de Satanás. Os desobedientes e
ingratos têm grande motivo de gratidão pela misericórdia e longani-
midade de Deus, que contém o cruel e pernicioso poder do maligno.
Quando, porém, os homens passam os limites da clemência divina,
a restrição é removida. Deus não fica em relação ao pecador como
executor da sentença contra a transgressão; mas deixa entregues a si
mesmos os que rejeitam Sua misericórdia, para colherem aquilo que
semearam. Cada raio de luz rejeitado, cada advertência desprezada
ou desatendida, cada paixão contemporizada, cada transgressão da
lei de Deus, é uma semente lançada, a qual produz infalível colheita.
O Espírito de Deus, persistentemente resistido, é afinal retirado do
pecador, e então poder algum permanece para dominar as más pai-
xões da alma, e nenhuma proteção contra a maldade e inimizade
de Satanás. A destruição de Jerusalém constitui tremenda e solene
advertência a todos os que estão tratando levianamente com os ofe-
recimentos da graça divina e resistindo aos rogos da misericórdia
de Deus. Jamais foi dado um testemunho mais decisivo do ódio ao
pecado por parte de Deus, e do castigo certo que recairá sobre o
culpado.
A profecia do Salvador relativa aos juízos que deveriam cair
sobre Jerusalém há de ter outro cumprimento, do qual aquela terrível