Página 330 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
mas semanas antes do tempo, as ocupações seculares foram em
sua maior parte postas de lado. Como se estivessem no leito de
morte, e devessem dentro de poucas horas cerrar os olhos às cenas
terrestres, os crentes sinceros examinavam cuidadosamente todos
os pensamentos e emoções de seu coração. Não houve confecção
de “vestes para a ascensão”; todos sentiam, porém, a necessidade
de evidência íntima de que estavam preparados para encontrar-se
com o Salvador; suas vestes brancas eram a pureza da alma — o
caráter purificado do pecado pelo sangue expiatório de Cristo. Oxalá
ainda houvesse entre o povo professo de Deus o mesmo espírito
de exame do coração, a mesma fé, ardorosa e resoluta. Houvessem
eles desta maneira continuado a humilhar-se perante o Senhor, a
instar com suas petições no propiciatório, e estariam de posse de
uma experiência muito mais rica do que aquela que ora possuem. Há
muito pouca oração, muita falta de verdadeira convicção do pecado,
e a ausência de uma fé viva deixa a muitos destituídos da graça tão
ricamente provida por nosso Redentor.
Deus intentara provar o Seu povo. Sua mão ocultou um erro no
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cômputo dos períodos proféticos. Os adventistas não descobriram
esse erro; tampouco foi descoberto pelos mais instruídos de seus
oponentes. Estes últimos diziam: “Vossa contagem dos períodos
proféticos é correta. Qualquer grande acontecimento está prestes a
ocorrer; mas não é o que o senhor Miller prediz: é a conversão do
mundo, e não o segundo advento de Cristo.”
Passou-se o tempo de expectação e Cristo não apareceu para o
libertamento de Seu povo. Os que com fé e amor sinceros haviam
esperado o Salvador, experimentaram amargo desapontamento. To-
davia, os propósitos de Deus se cumpriam: estava Ele a provar o
coração dos que professavam estar à espera de Seu aparecimento.
Muitos havia, entre eles, que não tinham sido constrangidos por
motivos mais elevados do que o medo. A profissão de fé não lhes
transformara o coração nem a vida. Não se realizando o aconte-
cimento esperado declararam essas pessoas que não se achavam
decepcionadas; nunca tinham crido que Cristo viria. Contavam-se
entre os primeiros a ridicularizar a tristeza dos verdadeiros crentes.
Mas Jesus e toda a hoste celestial olhavam com amor e simpatia
para os provados e fiéis, embora decepcionados. Pudesse descerrar-
se o véu que separava o mundo visível do invisível, e ter-se-iam visto