Profecias alentadoras
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Neste tempo de incerteza, o interesse dos que eram superficiais
e não de todo sinceros começou logo a vacilar, arrefecendo seus
esforços; mas aqueles cuja fé se baseava no conhecimento pessoal
da Escritura Sagrada, tinham sob os pés uma rocha que as ondas
do desapontamento não poderiam derruir. “Tosquenejaram todas, e
adormeceram”, uma classe na indiferença e abandono de sua fé, outra
esperando pacientemente até que mais clara luz fosse proporcionada.
Todavia, na noite de prova, a última pareceu perder, até certo ponto, o
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zelo e devoção. Os que eram medianamente dedicados e superficiais
não mais puderam apoiar-se à fé dos seus irmãos. Cada qual tinha
de, por si mesmo, ficar em pé ou cair.
Por este tempo começou a aparecer o fanatismo. Alguns, que
haviam professado ser zelosos crentes na mensagem, rejeitaram a
Palavra de Deus como o único guia infalível, e, pretendendo ser
guiados pelo Espírito, entregaram-se ao governo de seus próprios
sentimentos, impressões e imaginação. Alguns houve que manifes-
taram um zelo cego e fanático, condenando a todos os que não lhes
sancionassem o proceder. Suas idéias e atos fanáticos não encon-
traram simpatia da grande corporação dos adventistas; serviram, no
entanto, para acarretar o opróbrio à causa da verdade.
Satanás, por esse meio, estava procurando opor-se à obra de
Deus e destruí-la. O povo tinha sido grandemente abalado pela obra
do advento; haviam-se convertido milhares de pecadores, e homens
fiéis dedicavam-se à tarefa de proclamar a verdade, mesmo no tempo
de tardança. O príncipe do mal perdia seus súditos, e, no intuito
de acarretar a ignomínia à causa de Deus, procurou enganar alguns
que professavam a fé, levando-os a extremos. Seus agentes estavam
alerta para apanhar todo erro, falta e ato indecoroso, e apresentá-los
ao povo, exageradamente, a fim de tornar odiosos os adventistas e
sua fé. Assim, quanto maior fosse o número dos que ajuntasse para
professar fé no segundo advento, possuindo-lhes, ao mesmo tempo,
o coração, tanto maior vantagem alcançaria, e chamava para eles a
atenção como representantes de todo o corpo de crentes.
Satanás é o “acusador de nossos irmãos”, e é o seu espírito que
inspira os homens a espreitar os erros e defeitos do povo do Senhor,
conservando-o sob observação, enquanto deixa ignoradas suas boas
ações. Ele está sempre em atividade quando Deus opera pela salva-
ção das almas. Quando os filhos de Deus se apresentam perante o