O grande juízo investigativo
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mente se proferem ficariam sem ser faladas, e quantas ações sem ser
praticadas!
No juízo será examinado o uso feito de cada talento. Como
empregamos nós o capital que nos foi oferecido pelo Céu? Receberá
o Senhor à Sua vinda aquilo que é Seu, com juros? Empregamos
nós as faculdades que nos foram confiadas, nas mãos, no coração
e no cérebro, para a glória de Deus e bênção do mundo? Como
usamos nosso tempo, nossa pena, nossa voz, nosso dinheiro, nossa
influência? Que fizemos por Cristo, na pessoa dos pobres, aflitos,
órfãos ou viúvas? Deus nos fez depositários de Sua Santa Palavra;
que fizemos com a luz e verdade que se nos deram para tornar
os homens sábios para a salvação? Nenhum valor existe na mera
profissão de fé em Cristo; unicamente o amor que se revela pelas
obras é considerado genuíno. Contudo, é unicamente o amor que,
à vista do Céu, torna de valor qualquer ato. O que quer que seja
feito por amor, seja embora pequenino na apreciação dos homens, é
aceito e recompensado por Deus.
O oculto egoísmo humano permanece manifesto nos livros do
Céu. Existe o relato de deveres não cumpridos para com os se-
melhantes, do esquecimento dos preceitos do Salvador. Ali verão
quantas vezes foram cedidos a Satanás o tempo, o pensamento, a
força, os quais pertenciam a Cristo. Triste é o relato que os anjos
levam para o Céu. Seres inteligentes, seguidores professos de Cristo,
estão absortos na aquisição de posses mundanas ou do gozo de
prazeres terrenos. Dinheiro, tempo e força são sacrificados na osten-
tação e condescendência próprias; poucos, porém, são os momentos
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dedicados à prece, ao exame das Escrituras, à humilhação da alma e
confissão do pecado.
Satanás concebe inumeráveis planos para nos ocupar a mente,
para que ela se não detenha no próprio trabalho com que deveremos
estar mais bem familiarizados. O arquienganador odeia as grandes
verdades que apresentam um sacrifício expiatório e um todo-pode-
roso Mediador. Sabe que para ele tudo depende de desviar a mente,
de Jesus e de Sua verdade.
Os que desejam participar dos benefícios da mediação do Salva-
dor, não devem permitir que coisa alguma interfira com seu dever de
aperfeiçoar a santidade no temor de Deus. As preciosas horas, em
vez de serem entregues ao prazer, à ostentação ou ambição de ganho,