Página 442 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
permitido dominar os habitantes do Céu. Pretendera que a transgres-
são da lei de Deus traria liberdade e exaltação; viu-se, porém, que
resultava em degradação e cativeiro.
As mentirosas acusações de Satanás contra o caráter e governo
divinos apareceram sob sua verdadeira luz. Acusou a Deus de pro-
curar simplesmente a exaltação de Si mesmo, exigindo submissão
e obediência de Suas criaturas, e declarou que, enquanto o Criador
reclamava abnegação de todos os outros, Ele próprio não a praticava
e não fazia sacrifício algum. Viu-se agora que para a salvação de
uma raça caída e pecadora, o Governador do Universo fizera o má-
ximo sacrifício que o amor poderia efetuar; pois “Deus estava em
Cristo, reconciliando consigo o mundo.”
2 Coríntios 5:19
. Viu-se
também que, enquanto Lúcifer abrira a porta para o pecado, pelo seu
desejo de honras e supremacia, Cristo, a fim de destruir o pecado,
Se humilhara e Se fizera obediente até à morte.
Deus manifestara Sua repulsa aos princípios da rebelião. O Céu
todo viu a Sua justiça revelada, tanto na condenação de Satanás
como na redenção do homem. Lúcifer declarara que se a lei de
Deus fosse imutável, e seu castigo não pudesse ser abrandado, todos
os transgressores deveriam ser para sempre privados do favor do
Criador. Alegara que a raça pecadora se colocara para além da
redenção e, conseguintemente, era sua legítima presa. A morte de
Cristo, porém, era um argumento em prol do homem, argumento
que se não poderia refutar. A pena da lei recaiu sobre Aquele que
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era igual a Deus, ficando livre o homem para aceitar a justiça de
Cristo, e, por uma vida de arrependimento e humilhação, triunfar,
como o Filho de Deus, sobre o poder de Satanás. Assim, Deus é
justo, e justificador de todos os que crêem em Jesus.
Mas não foi meramente para efetuar a redenção do homem que
Cristo veio à Terra e aqui sofreu e morreu. Veio para “engrandecer a
lei” e “torná-la gloriosa.” Não somente para que os habitantes deste
mundo pudessem considerar a lei como esta deveria ser considerada,
mas para demonstrar a todos os mundos do Universo que a lei de
Deus é imutável. Pudessem seus requisitos ser postos de lado, e o
Filho de Deus não necessitaria então haver dado Sua vida para expiar
a transgressão da mesma. A morte de Cristo prova ser ela imutável.
E o sacrifício a que o amor infinito induziu o Pai e o Filho, a fim de
que os pecadores pudessem ser salvos, demonstra ao Universo todo