Página 457 - O Grande Conflito

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Os ardis de Satanás
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da indiferença, descuido e apatia. Então, com renovado zelo desen-
volve suas artimanhas. Tenta os homens à satisfação do apetite ou a
alguma outra forma de condescendência própria, embotando assim
a sua sensibilidade, de maneira que deixem de ouvir precisamente
as coisas que mais necessitam aprender.
Satanás bem sabe que todos quantos ele puder levar a negli-
genciar a oração e o exame das Escrituras, serão vencidos por seus
ataques. Portanto, inventa todo artifício possível para ocupar a mente.
Sempre houve uma classe que, mostrando-se embora muito piedosos,
ao invés de prosseguir no conhecimento da verdade, fazem consistir
sua religião em procurar algum defeito de caráter ou erro de fé na-
queles com quem não concordam. Tais pessoas são a mão direita de
Satanás. Os acusadores dos irmãos não são poucos; e estão sempre
em atividade quando Deus está a operar e Seus servos Lhe estão
prestando verdadeira homenagem. Eles darão interpretação falsa às
palavras e atos dos que amam a verdade e lhe obedecem. Represen-
tarão os mais ardorosos, zelosos e abnegados servos de Cristo como
estando enganados ou sendo enganadores. É sua obra representar
falsamente os intuitos de toda ação verdadeira e nobre, fazer circular
insinuações e despertar suspeitas no espírito dos inexperientes. De
todo modo imaginável procurarão fazer com que o que é puro e justo
seja considerado detestável e enganador.
Ninguém, todavia, necessita ser enganado em relação a eles.
Pode-se facilmente ver de quem são filhos, o exemplo de quem
seguem, e a obra de quem fazem. “Pelos seus frutos os conhece-
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reis.”
Mateus 7:16
. Seu procedimento assemelha-se ao de Satanás, o
odioso caluniador, “o acusador de nossos irmãos.”
Apocalipse 12:10
.
O grande enganador tem muitos agentes prontos para apresentar
toda e qualquer espécie de erro, a fim de enredar as almas: heresias
preparadas para se adaptarem aos vários gostos e capacidades dos
que ele deseja arruinar. É plano seu levar para a igreja elementos
insinceros, não regenerados, que incentivarão a dúvida e a incre-
dulidade, estorvando a todos os que desejem ver a obra de Deus
progredir, e com ela queiram avançar. Muitos que não têm fé verda-
deira em Deus ou em Sua Palavra, concordam com certos princípios
da verdade e passam por cristãos; e assim estão aptos para introduzir
seus erros como doutrinas das Escrituras.