Página 470 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
em fazer bem, procuram glória, e honra e incorrupção”, receberão
“vida eterna.”
Romanos 2:7
.
O único que prometeu a Adão vida em desobediência foi o
grande enganador. E a declaração da serpente a Eva, no Éden —
“Certamente não morrereis” — foi o primeiro sermão pregado acerca
da imortalidade da alma. Todavia, esta declaração, repousando ape-
nas na autoridade de Satanás, ecoa dos púlpitos da cristandade, e
é recebida pela maior parte da humanidade tão facilmente como o
foi pelos nossos primeiros pais. À sentença divina: “A alma que
pecar, essa morrerá” (
Ezequiel 18:20
), é dada a significação: A alma
que pecar, essa não morrerá, mas viverá eternamente. Não pode-
mos senão nos admirar da estranha fatuidade que tão crédulos torna
os homens com relação às palavras de Satanás, e incrédulos com
respeito às palavras de Deus.
Houvesse ao homem sido permitido franco acesso à árvore da
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vida, após a sua queda, e teria ele vivido para sempre, sendo assim
imortalizado o pecado. Querubins e uma espada chamejante, po-
rém, guardavam “o caminho da árvore da vida” (
Gênesis 3:24
), e a
nenhum membro da família de Adão foi permitido passar aquela bar-
reira e participar do fruto doador da vida. Não há, portanto, pecador
algum imortal.
Mas, depois da queda, Satanás ordenou a seus anjos que fizessem
um esforço especial a fim de inculcar a crença da imortalidade
inerente do homem; e, tendo induzido o povo a receber este erro,
deveriam levá-lo a concluir que o pecador viveria em estado de eterna
miséria. Agora o príncipe das trevas, operando por meio de seus
agentes, representa a Deus como um tirano vingativo, declarando
que Ele mergulha no inferno todos os que não Lhe agradam, e faz
com que sempre sintam a Sua ira; e que, enquanto sofrem angústia
indizível, e se contorcem nas chamas eternas, Seu Criador para eles
olha com satisfação.
Assim o príncipe dos demônios reveste com seus próprios atri-
butos ao Criador e Benfeitor da humanidade. A crueldade é satânica.
Deus é amor: e tudo quanto criou era puro, santo e formoso, até o pe-
cado ser introduzido pelo primeiro grande rebelde. Satanás mesmo
é o inimigo que tenta o homem a pecar, e então o destrói, se o pode
fazer; e, ao se ter assenhoreado de sua vítima, exulta na ruína que
efetuou. Se lhe fosse permitido, colheria o gênero humano todo em