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O Grande Conflito
ção de obedecer ao papa. Qualquer que seja a sua nacionalidade ou
governo, devem considerar a autoridade da igreja acima de qualquer
outra autoridade. Ainda que façam juramento prometendo lealdade
ao Estado, por trás disto, todavia, jaz o voto de obediência a Roma,
absolvendo-os de toda obrigação contrária aos interesses dela.
A História testifica de seus esforços, astutos e persistentes, no
sentido de insinuar-se nos negócios das nações; e, havendo con-
seguido pé firme, nada mais faz que favorecer seus próprios inte-
resses, mesmo com a ruína de príncipes e povo. No ano 1204, o
papa Inocêncio III arrancou de Pedro II, rei de Aragão, o seguinte e
extraordinário juramento: “Eu, Pedro, rei dos aragoneses, declaro
e prometo ser sempre fiel e obediente a meu senhor, o Papa Ino-
cêncio, a seus sucessores católicos, e à Igreja Romana, e fielmente
preservar meu reino em sua obediência, defendendo a fé católica,
e perseguindo a corrupção herética.” — História do Romanismo,
de Dowling. Isso está em harmonia com as pretensões relativas ao
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poder do pontífice romano, de que “lhe é lícito depor imperadores”,
e de que “pode absolver os súditos, de sua fidelidade para com os
governantes ímpios.” — História Eclesiástica, de Mosheim.
E, convém lembrar, Roma jacta-se de que nunca muda. Os prin-
cípios de Gregório VII e Inocêncio III ainda são os princípios da
Igreja Católica Romana. E tivesse ela tão-somente o poder, pô-los-ia
em prática com tanto vigor agora como nos séculos passados. Pouco
sabem os protestantes do que estão fazendo ao se proporem aceitar o
auxílio de Roma na obra da exaltação do domingo. Enquanto se apli-
cam à realização de seu propósito, Roma está visando a restabelecer
o seu poder, para recuperar a supremacia perdida. Estabeleça-se nos
Estados Unidos o princípio de que a igreja possa empregar ou dirigir
o poder do Estado; de que as observâncias religiosas possam ser
impostas pelas leis seculares; em suma, que a autoridade da igreja e
do Estado devem dominar a consciência, e Roma terá assegurado o
triunfo nesse país.
A Palavra de Deus deu aviso do perigo iminente; se este for
desatendido, o mundo protestante saberá quais são realmente os
propósitos de Roma, apenas quando for demasiado tarde para esca-
par da cilada. Ela está silenciosamente crescendo em poder. Suas
doutrinas estão a exercer influência nas assembléias legislativas, nas
igrejas e no coração dos homens. Está a erguer suas altaneiras e