Página 520 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
O expediente de Satanás neste conflito final com o povo de Deus
é o mesmo que empregou no início da grande controvérsia no Céu.
Pretendia estar buscando promover a estabilidade do governo divino,
enquanto secretamente aplicava todo o esforço para conseguir sua
subversão. E da mesma obra que assim se estava esforçando por
cumprir, acusava os anjos fiéis. Idêntica política de engano tem
assinalado a história da Igreja de Roma. Tem esta professado agir
como substituta do Céu, ao mesmo tempo em que procura exaltar-
se sobre Deus, e mudar Sua lei. Sob o governo de Roma, os que
sofreram a morte pela sua fidelidade para com o evangelho eram
denunciados como malfeitores; declarava-se estarem eles coligados
com Satanás; e todos os meios possíveis foram empregados para
cobri-los de infâmia, para fazê-los parecer aos olhos do povo, mesmo
aos seus próprios, como os mais vis dos criminosos. Assim será
agora. Enquanto Satanás procura destruir os que honram a lei de
Deus, fará com que sejam acusados como violadores da lei, como
homens que estão desonrando a Deus e acarretando juízos sobre o
mundo.
Deus nunca força a vontade ou a consciência; porém o recurso
constante de Satanás para alcançar domínio sobre os que de outra
maneira não pode seduzir, é o constrangimento pela crueldade. Por
meio do medo ou da força, procura reger a consciência e conseguir
para si mesmo homenagem. Para realizar isto, opera tanto pelas au-
toridades eclesiásticas como pelas seculares, levando-as à imposição
de leis humanas em desafio à lei de Deus.
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Os que honram o sábado bíblico serão denunciados como ini-
migos da lei e da ordem, como que a derribar as restrições morais
da sociedade, causando anarquia e corrupção, e atraindo os juízos
de Deus sobre a Terra. Declarar-se-á que seus conscienciosos es-
crúpulos são teimosia, obstinação e desdém à autoridade. Serão
acusados de deslealdade para com o governo. Ministros que negam
a obrigação da lei divina, apresentarão do púlpito o dever de pres-
tar obediência às autoridades civis, como ordenadas de Deus. Nas
assembléias legislativas e tribunais de justiça, os observadores dos
mandamentos serão caluniados e condenados. Dar-se-á um falso
colorido às suas palavras; a pior interpretação será dada aos seus
intuitos.