Página 559 - O Grande Conflito

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O livramento dos justos
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trono. Divisam em Sua forma divina os sinais de Sua humilhação;
e de Seus lábios ouvem o pedido, apresentado ante Seu Pai e os
santos anjos: “Aqueles que Me deste quero que, onde Eu estiver,
também eles estejam comigo.”
João 17:24
. Novamente se ouve
uma voz, melodiosa e triunfante, dizendo: “Eles vêm! eles vêm!
santos, inocentes e incontaminados. Guardaram a palavra da Minha
paciência; andarão entre os anjos”; e os pálidos, trêmulos lábios dos
que mantiveram firme a fé, proferem um brado de vitória.
É à meia-noite que Deus manifesta o Seu poder para o livra-
mento de Seu povo. O Sol aparece resplandecendo em sua força.
Sinais e maravilhas se seguem em rápida sucessão. Os ímpios con-
templam a cena com terror e espanto, enquanto os justos vêem com
solene alegria os sinais de seu livramento. Tudo na Natureza parece
desviado de seu curso. As correntes de água deixam de fluir. Nuvens
negras e pesadas sobem e chocam-se umas nas outras. Em meio dos
céus agitados, acha-se um espaço claro de glória indescritível, donde
vem a voz de Deus como o som de muitas águas, dizendo: “Está
feito.”
Apocalipse 16:17
.
Essa voz abala os céus e a Terra. Há um grande terremoto “como
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nunca tinha havido desde que há homens sobre a Terra; tal foi este tão
grande terremoto.”
Apocalipse 16:18
. O firmamento parece abrir-se
e fechar-se. A glória do trono de Deus dir-se-ia atravessar a atmos-
fera. As montanhas agitam-se como a cana ao vento, e anfractuosas
rochas são espalhadas por todos os lados. Há um estrondo como de
uma tempestade a sobrevir. O mar é açoitado com fúria. Ouve-se
o sibilar do furacão, semelhante à voz de demônios na missão de
destruir. A Terra inteira se levanta, dilatando-se como as ondas do
mar. Sua superfície está a quebrar-se. Seu próprio fundamento pa-
rece ceder. Cadeias de montanhas estão a revolver-se. Desaparecem
ilhas habitadas. Os portos marítimos que, pela iniqüidade, se torna-
ram como Sodoma, são tragados pelas águas enfurecidas. A grande
Babilônia veio em lembrança perante Deus, “para lhe dar o cálice
do vinho da indignação da Sua ira.”
Apocalipse 16:19, 21
. Grandes
pedras de saraiva, cada uma “do peso de um talento”, estão a fazer
sua obra de destruição. As mais orgulhosas cidades da Terra são
derribadas. Os suntuosos palácios em que os grandes homens do
mundo dissiparam suas riquezas com a glorificação própria, desmo-
ronam-se diante de seus olhos. As paredes das prisões fendem-se, e