Página 582 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
Agora Satanás se prepara para a última e grande luta pela supre-
macia. Enquanto despojado de seu poder e separado de sua obra de
engano, o príncipe do mal se achava infeliz e abatido; mas, sendo
ressuscitados os ímpios mortos, e vendo ele as vastas multidões a
seu lado, revivem-lhe as esperanças, e decide-se a não render-se no
grande conflito. Arregimentará sob sua bandeira todos os exércitos
dos perdidos, e por meio deles se esforçará por executar seus planos.
Os ímpios são cativos de Satanás. Rejeitando a Cristo, aceitaram o
governo do chefe rebelde. Estão prontos para receber suas sugestões
e executar-lhe as ordens. Contudo, fiel à sua astúcia original, ele
não se reconhece como Satanás. Pretende ser o príncipe que é o
legítimo dono do mundo, e cuja herança foi dele ilicitamente extor-
quida. Representa-se a si mesmo, ante seus súditos iludidos, como
um redentor, assegurando-lhes que seu poder os tirou da sepultura, e
que ele está prestes a resgatá-los da mais cruel tirania. Havendo sido
removida a presença de Cristo, Satanás opera maravilhas para apoiar
suas pretensões. Faz do fraco forte, e a todos inspira com seu próprio
espírito e energia. Propõe-se guiá-los contra o acampamento dos
santos e tomar posse da cidade de Deus. Com diabólica exultação
aponta para os incontáveis milhões que ressuscitaram dos mortos, e
declara que como seu guia é muito capaz de tomar a cidade, reavendo
seu trono e reino.
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Naquela vasta multidão há muitos que pertenceram à raça de
grande longevidade que existiu antes do dilúvio; homens de estatura
elevada e gigantesco intelecto, os quais, entregando-se ao domínio
dos anjos caídos, dedicaram toda a sua habilidade e saber à exal-
tação própria; homens cujas maravilhosas obras de arte levaram
o mundo a lhe idolatrar o gênio, mas cuja crueldade e invenções
más, contaminando a Terra e desfigurando a imagem de Deus, fi-
zeram-nO exterminá-los da face de Sua criação. Há reis e generais
que venceram nações, homens valentes que nunca perderam batalha,
guerreiros orgulhosos, ambiciosos, cuja aproximação fazia tremer
os reinos. Na morte não experimentaram mudança alguma. Ao subi-
rem da sepultura, retomam o fio de seus pensamentos exatamente
onde ele cessou. São movidos pelo mesmo desejo de vencer, que os
governava quando tombaram.
Satanás consulta seus anjos, e depois esses reis, vencedores e
guerreiros poderosos. Olham para a força e número ao seu lado,