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              História da Redenção
            
            
              grante, dia e noite. Esta fragrância se estendia por quilômetros ao
            
            
              [155]
            
            
              redor do tabernáculo. Quando o sacerdote oferecia o incenso diante
            
            
              do Senhor, olhava para o propiciatório. Muito embora não pudesse
            
            
              vê-lo sabia que ele ali estava, e enquanto o incenso subia qual nuvem,
            
            
              a glória do Senhor descia sobre o propiciatório e enchia o santís-
            
            
              simo e era visível no lugar santo, e frequentemente enchia ambos os
            
            
              compartimentos de modo que o sacerdote era incapaz de oficiar e
            
            
              obrigado a permanecer à porta do tabernáculo.
            
            
              O sacerdote, no lugar santo, dirigindo pela fé sua oração ao
            
            
              propiciatório, ao qual não podia ver, representa o povo de Deus
            
            
              dirigindo suas orações a Cristo diante do propiciatório no santuário
            
            
              celestial. Eles não podem ver seu Mediador com a vista natural,
            
            
              mas com os olhos da fé vêem a Cristo diante do propiciatório e
            
            
              dirigem-Lhe suas orações e com confiança reclamam os benefícios
            
            
              de Sua mediação.
            
            
              Estes sagrados compartimentos não possuíam janelas para ad-
            
            
              mitir luz. O castiçal era feito de puríssimo ouro e era conservado
            
            
              ardendo noite e dia, e proporcionava luz a ambos os compartimentos.
            
            
              A luz das lâmpadas do castiçal refletia sobre as tábuas chapeadas
            
            
              de ouro dos lados do edifício, sobre os sagrados móveis e sobre as
            
            
              cortinas de belas cores com querubins trabalhados com fios de ouro
            
            
              e prata, e a cena era gloriosa e indescritível. Nenhuma linguagem
            
            
              pode descrever a beleza e a graça, e a santa glória que estes com-
            
            
              partimentos apresentavam. O ouro do santuário refletia as cores das
            
            
              cortinas que se assemelhavam às diferentes cores do arco-íris.
            
            
              Somente uma vez por ano podia o sumo sacerdote entrar no lugar
            
            
              santíssimo, depois de muito cuidadoso e solene preparo. Nenhuma
            
            
              vista mortal que não a do sumo sacerdote podia olhar à sagrada gran-
            
            
              [156]
            
            
              deza deste compartimento, porque era o lugar especial de habitação
            
            
              da visível glória de Deus. O sumo sacerdote sempre entrava tre-
            
            
              mente, enquanto o povo aguardava seu retorno com solene silêncio.
            
            
              Seus ferventes desejos eram para Deus, em busca de Sua bênção.
            
            
              Diante do propiciatório Deus Se comunicava com o sumo sacerdote.
            
            
              Se ele permanecia tempo incomum no santíssimo o povo ficava
            
            
              muitas vezes terrificado, temendo que por causa de seus pecados ou
            
            
              algum pecado do sacerdote, a glória do Senhor o tivesse fulminado.
            
            
              Mas quando o sonido das campainhas de suas vestes era ouvido,
            
            
              ficavam grandemente aliviados. Ele então saía e abençoava o povo.