Capítulo 28 — O julgamento de Cristo
            
            
              Os anjos, ao deixarem o Céu, com tristeza depuseram suas bri-
            
            
              lhantes coroas. Não podiam usá-las enquanto seu Comandante esti-
            
            
              vesse sofrendo, e devesse usar uma coroa de espinhos. Satanás e seus
            
            
              anjos estavam na sala do julgamento, empenhados na obra de des-
            
            
              truir os sentimentos e simpatia humanos. A própria atmosfera estava
            
            
              carregada e poluída por sua influência. Os principais dos sacerdotes
            
            
              e anciãos eram inspirados por eles para insultarem e maltratarem
            
            
              a Jesus de uma maneira dificílima para a natureza humana resistir.
            
            
              Satanás esperava que tal zombaria e violência provocassem alguma
            
            
              queixa ou murmuração do Filho de Deus; ou que Ele manifestasse
            
            
              Seu poder divino libertando-Se do poder da multidão, vindo, deste
            
            
              modo, a fracassar o plano da salvação.
            
            
              Negação de Pedro
            
            
              Pedro acompanhou o Senhor depois de Sua traição. Estava an-
            
            
              sioso por ver o que seria de Jesus. Mas, quando foi acusado de ser
            
            
              um de Seus discípulos, o temor pela sua própria segurança levou-o
            
            
              a declarar que não conhecia o homem. Os discípulos eram notados
            
            
              pela pureza de sua linguagem, e Pedro, para convencer seus acu-
            
            
              sadores de que ele não era um dos discípulos de Cristo, negou a
            
            
              acusação pela terceira vez com maldição e juramento. Jesus, que
            
            
              estava a alguma distância de Pedro, volveu para ele um olhar cheio
            
            
              de tristeza e reprovação. Então o discípulo se lembrou das palavras
            
            
              [214]
            
            
              que Jesus lhe falara no cenáculo, e também de sua asseveração cheia
            
            
              de zelo: “Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o
            
            
              serás para mim.”
            
            
              Mateus 26:33
            
            
              . Ele tinha negado seu Senhor, mesmo
            
            
              com maldição e juramento; mas aquele olhar de Jesus como que
            
            
              dissolveu o coração de Pedro, e o salvou. Ele chorou amargamente,
            
            
              arrependeu-se de seu grande pecado e converteu-se; e, então, ficou
            
            
              preparado para fortalecer seus irmãos.
            
            
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