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              História da Redenção
            
            
              Lo seguro. Judas, vencido pela angústia, arrojou o dinheiro, que
            
            
              ele agora desprezava, aos pés daqueles que o assalariaram, e, com
            
            
              aflição e horror, foi enforcar-se.
            
            
              Jesus tinha muitos que com Ele simpatizavam, na multidão em
            
            
              redor, e o não haver Ele nada respondido às muitas perguntas que
            
            
              [217]
            
            
              Lhe foram feitas, tornou estupefata a turba. Sob toda a zombaria
            
            
              e violência do populacho, nem um sinal de desagrado, nem uma
            
            
              expressão de inquietação repousou em Suas feições. Manteve a
            
            
              dignidade e a compostura. Os espectadores olhavam para Ele mara-
            
            
              vilhados. Comparavam Suas formas perfeitas e porte firme, digno,
            
            
              com a aparência daqueles que se assentavam em juízo contra Ele, e
            
            
              diziam uns aos outros que Ele Se parecia com um rei mais do que
            
            
              qualquer dos príncipes. Não apresentava indício de ser criminoso.
            
            
              Seu olhar era suave, claro e denodado; Sua testa, larga e alta. To-
            
            
              dos os traços se distinguiam fortemente pela benevolência e nobres
            
            
              princípios. Sua paciência e resignação eram tão diferentes das do ho-
            
            
              mem, que muitos estremeceram. Mesmo Herodes e Pilatos ficaram
            
            
              grandemente perturbados com o Seu porte nobre, divino.
            
            
              Jesus perante Pilatos
            
            
              Desde o princípio Pilatos estava convencido de que Jesus não
            
            
              era um homem comum. Cria que tinha um excelente caráter, e in-
            
            
              teiramente inocente das acusações feitas contra Ele. Os anjos que
            
            
              testemunhavam a cena notaram as convicções do governador ro-
            
            
              mano, e, para salvá-lo de se empenhar no terrível ato de entregar a
            
            
              Cristo para ser crucificado, um anjo foi enviado à mulher de Pilatos,
            
            
              e informou-a por meio de um sonho de que o Filho de Deus era
            
            
              aquele em cujo processo seu marido estava empenhado, e era um
            
            
              inocente sofredor. Ela imediatamente mandou um recado a Pilatos,
            
            
              declarando que sofrera muitas coisas em um sonho por causa de
            
            
              Jesus, e avisando-o de que nada tivesse que ver com aquele santo
            
            
              Homem. O portador desta mensagem, atravessando à pressa a multi-
            
            
              dão, colocou a carta nas mãos de Pilatos. Ao lê-la, tremeu e ficou
            
            
              pálido, e logo resolveu nada ter que ver com tirar a vida a Cristo.
            
            
              Se os judeus quisessem o sangue de Jesus, ele não prestaria sua
            
            
              [218]
            
            
              influência para tal, antes trabalharia para O livrar.