O Pentecostes
            
            
              193
            
            
              aquele tempo. Davi, como rei de Israel, e também como profeta,
            
            
              tinha sido especialmente honrado por Deus. Em profética visão foi-
            
            
              lhe mostrada a vida futura e o ministério de Cristo. Viu Sua rejeição,
            
            
              [245]
            
            
              julgamento, crucifixão, sepultamento, ressurreição e ascensão.
            
            
              Davi testificou que a alma de Cristo não seria deixada no inferno
            
            
              (a sepultura), nem Sua carne veria corrupção. Pedro mostrou o cum-
            
            
              primento desta profecia em Jesus de Nazaré. Deus efetivamente O
            
            
              havia ressuscitado do sepulcro antes que Seu corpo visse corrupção.
            
            
              E agora era o Ser exaltado no Céu dos céus.
            
            
              Nesta memorável ocasião grande número dos que até aqui ri-
            
            
              dicularizaram a idéia de pessoa tão despretensiosa como Jesus ser
            
            
              o Filho de Deus, tornaram-se completamente convencidos da ver-
            
            
              dade e reconheceram-nO como seu Salvador. Três mil almas foram
            
            
              acrescentadas à igreja. Os apóstolos falavam pelo poder do Espírito
            
            
              Santo; e suas palavras não podiam ser controvertidas, pois eram
            
            
              confirmadas por poderosos milagres, operados por eles mediante o
            
            
              derramamento do Espírito de Deus. Os próprios discípulos estavam
            
            
              atônitos ante o resultado desta visitação, e com a rápida e abundante
            
            
              colheita de almas. Todo o povo estava cheio de assombro. Aqueles
            
            
              que não abandonavam o preconceito e fanatismo estavam tão inti-
            
            
              midados que não ousaram nem pela voz nem pela violência tentar
            
            
              deter esse poderoso trabalho, e, por este tempo, sua oposição cessou.
            
            
              Somente os argumentos dos apóstolos, embora claros e convin-
            
            
              centes, não teriam removido o preconceito dos judeus, que resistira
            
            
              a tantas evidências. Mas o Espírito Santo enviou tais argumentos
            
            
              com divino poder a seus corações. Eles eram como afiadas setas
            
            
              do Todo-poderoso, convencendo-os de sua terrível culpa em have-
            
            
              rem rejeitado e crucificado o Senhor da glória. “Ouvindo eles estas
            
            
              coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos
            
            
              demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro:
            
            
              [246]
            
            
              Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
            
            
              Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do
            
            
              Espírito Santo.”
            
            
              Pedro levou ao íntimo do povo convicto o fato de que haviam
            
            
              rejeitado a Cristo por terem sido enganados pelos sacerdotes e prín-
            
            
              cipes; e que se eles continuassem a buscar conselho desses homens,
            
            
              e esperassem que esses líderes reconhecessem a Cristo em vez de
            
            
              ousar fazê-lo por si mesmos, jamais O aceitariam. Esses homens