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História da Redenção
O selo de Cristo foi posto sobre as palavras de Pedro, e seu rosto
foi iluminado pelo Espírito Santo. Próximo a ele, como convincente
testemunha, estava o homem que havia sido milagrosamente curado.
A aparência deste homem, que apenas poucas horas antes era um
desajudado coxo, mas agora restaurado à perfeita saúde, e esclare-
cido acerca de Jesus de Nazaré, acrescentava peso de testemunho às
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palavras de Pedro. Sacerdotes, príncipes e povo estavam em silêncio.
Os príncipes não tinham poder para refutar suas declarações. Tinham
sido obrigados a ouvir aquilo que menos desejavam ouvir: o fato da
ressurreição de Jesus Cristo, e Seu poder no Céu de realizar milagres
por meio de Seus apóstolos na Terra.
A defesa de Pedro, na qual ele confessou corajosamente de onde
obtinha sua força, apavorou-os. Ele se referiu à pedra rejeitada pelos
construtores — significando as autoridades da igreja, que deviam
ter percebido o valor dAquele a quem rejeitaram — mas que havia
não obstante Se tornado na pedra de esquina. Nestas palavras ele se
referiu diretamente a Cristo, que era a pedra fundamental da igreja.
O povo estava espantado ante a ousadia dos discípulos. Pensa-
vam que, por serem ignorantes pescadores, seriam vencidos pelo
embaraço quando confrontados pelos sacerdotes, escribas e anciãos.
Mas, tiveram conhecimento que eles tinham estado com Jesus. Os
apóstolos falavam como Ele havia falado, com um convincente poder
que silenciava seus adversários. A fim de ocultarem sua perplexi-
dade, os sacerdotes e príncipes ordenaram que os apóstolos fossem
afastados, para que pudessem aconselhar-se entre si.
Concordaram todos que era inútil negar que o homem fora cu-
rado mediante o poder concedido aos apóstolos em nome de Jesus
crucificado. Alegremente encobririam o prodígio por meio de fal-
sidades; mas a obra fora feita em plena luz do dia diante de uma
multidão de pessoas, e já viera ao conhecimento de milhares. Senti-
ram que a obra dos discípulos devia cessar imediatamente, ou Jesus
ganharia muitos adeptos, e sua própria desgraça poderia seguir-se,
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pois estariam sujeitos a ser responsabilizados pelo assassínio do
Filho de Deus.
Apesar de seu desejo de destruir os discípulos, não ousaram fazer
mais que ameaçá-los com o mais severo castigo, se continuassem a
falar ou agir em nome de Jesus. Entretanto, Pedro e João declararam
ousadamente que seu trabalho tinha-lhes sido dado por Deus, e que