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              História da Redenção
            
            
              Pedro falou a Cornélio e aos que estavam reunidos em sua casa,
            
            
              concernente ao costume dos judeus; que lhes era considerado ilícito
            
            
              misturarem-se socialmente com os gentios, pois implicava em con-
            
            
              taminação cerimonial. Isto não era proibido pela lei de Deus, mas a
            
            
              tradição dos homens havia feito disso um costume obrigatório. Disse
            
            
              ele: “Vós bem sabeis que é proibido a um judeu ajuntar-se ou mesmo
            
            
              aproximar-se a alguém de outra raça; mas Deus me demonstrou que
            
            
              a nenhum homem considerasse comum ou imundo; por isso, uma
            
            
              [288]
            
            
              vez chamado, vim sem vacilar. Pergunto, pois, por que razão me
            
            
              mandastes chamar?”
            
            
              Imediatamente Cornélio relatou sua experiência, e as palavras do
            
            
              anjo que lhe havia aparecido em visão. Concluindo, disse: “Portanto,
            
            
              sem demora, mandei chamar-te, e fizeste bem em vir. Agora, pois,
            
            
              estamos todos aqui, na presença de Deus, prontos para ouvir tudo o
            
            
              que te foi ordenado da parte do Senhor. Então falou Pedro, dizendo:
            
            
              Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; pelo
            
            
              contrário, em qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é
            
            
              justo Lhe é aceitável.” Embora Deus tivesse favorecido os judeus
            
            
              sobre todas as outras nações, ainda assim, rejeitando a luz e não
            
            
              vivendo segundo sua profissão, não seriam mais exaltados em Sua
            
            
              estima do que as demais nações. Aqueles que, entre os gentios, à
            
            
              semelhança de Cornélio, temessem a Deus e operassem a justiça,
            
            
              vivendo segundo a luz que lhes foi concedida, seriam bondosamente
            
            
              considerados por Deus, e suas sinceras práticas seriam aceitas.
            
            
              Contudo a fé e a justiça de Cornélio não seriam perfeitas sem
            
            
              o conhecimento de Cristo; por isso Deus lhe enviou luz e conheci-
            
            
              mento para posterior desenvolvimento de seu justo caráter. Muitos
            
            
              recusam receber a luz que a providência de Deus lhes envia, e como
            
            
              desculpa por assim fazer, citam as palavras de Pedro a Cornélio
            
            
              e seus amigos: “Pelo contrário, em qualquer nação, aquele que O
            
            
              teme e faz o que é justo Lhe é aceitável.” Sustentam que não tem
            
            
              importância o que os homens creiam, uma vez que suas obras são
            
            
              boas. Tais pessoas estão enganadas; a fé e as obras devem estar
            
            
              unidas. Eles devem progredir com a luz que lhes é dada. Se Deus os
            
            
              coloca em associação com Seus servos que receberam nova verdade,
            
            
              [289]
            
            
              confirmada pela Palavra de Deus, devem aceitá-la com alegria. A
            
            
              verdade é progressiva e ascendente. Por outro lado, os que clamam