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              História da Redenção
            
            
              completar a obra sacrílega, Roma pretendeu eliminar da lei de Deus
            
            
              o segundo mandamento, que proíbe o culto das imagens, e dividir o
            
            
              décimo mandamento a fim de conservar o número deles.
            
            
              Este espírito de concessão ao paganismo abriu caminho para
            
            
              desrespeito ainda maior da autoridade do Céu. Satanás, intrometeu-
            
            
              se também com o quarto mandamento e tentou pôr de lado o antigo
            
            
              sábado, o dia que Deus tinha abençoado e santificado, exaltando em
            
            
              seu lugar a festa observada pelos pagãos como “o venerável dia do
            
            
              [329]
            
            
              Sol”. Esta mudança não foi a princípio tentada abertamente. Nos
            
            
              primeiros séculos o verdadeiro sábado foi guardado por todos os
            
            
              cristãos. Eram estes ciosos da honra de Deus, e, crendo que Sua lei
            
            
              é imutável, zelosamente preservavam a santidade de seus preceitos.
            
            
              Mas com grande argúcia, Satanás operava mediante seus agentes
            
            
              para efetuar seu objetivo. Para que a atenção do povo pudesse ser
            
            
              chamada para o domingo, foi feito deste uma festividade em honra
            
            
              da ressurreição de Cristo. Atos religiosos eram nele realizados;
            
            
              era, porém, considerado como dia de recreio, sendo o sábado ainda
            
            
              observado como dia santificado.
            
            
              Constantino, quando ainda pagão, promulgou um decreto fa-
            
            
              zendo do domingo uma festividade pública em todo o Império
            
            
              Romano. Depois de sua conversão, ele continuou a ser um firme
            
            
              advogado do domingo, e seu edito pagão foi então posto em vigor
            
            
              no interesse de sua nova fé. Contudo, a honra demonstrada a este dia
            
            
              não foi o suficiente para impedir que os cristãos considerassem o ver-
            
            
              dadeiro sábado como santo do Senhor. Outro passo devia ser dado;
            
            
              o falso sábado devia ser exaltado em igualdade com o verdadeiro.
            
            
              Poucos anos depois da promulgação do decreto de Constantino, o
            
            
              bispo de Roma conferiu ao domingo o título de dia do Senhor. As-
            
            
              sim, o povo foi gradualmente levado a considerar o domingo como
            
            
              possuindo certo grau de santidade. Todavia, ainda o sábado original
            
            
              era observado.
            
            
              O arquienganador não havia terminado a sua obra. Estava deci-
            
            
              dido a congregar o mundo cristão sob sua bandeira, e exercer o poder
            
            
              por intermédio de seu vigário, o orgulhoso pontífice que pretendia
            
            
              ser o representante de Cristo. Por meio de pagãos semiconversos,
            
            
              ambiciosos prelados e eclesiásticos amantes do mundo, realizou ele
            
            
              seu propósito. Celebravam-se de tempos em tempos vastos concílios
            
            
              aos quais concorriam, do mundo todo, os dignitários da igreja. Em
            
            
              [330]