Tentação e queda
            
            
              29
            
            
              impelido para junto de seu marido, a fim de perguntar-lhe por que
            
            
              outro podia assim livremente dirigir-se a ela. Mas entrou em con-
            
            
              trovérsia com a serpente. Respondeu a sua pergunta: “Do fruto das
            
            
              árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no
            
            
              meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis,
            
            
              para que não morrais.” Então a serpente disse à mulher: “Certamente
            
            
              não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes
            
            
              se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o
            
            
              mal.”
            
            
              Satanás desejava infundir a idéia de que pelo comer da árvore
            
            
              proibida eles receberiam uma nova e mais nobre espécie de conheci-
            
            
              mento do que até então tinham alcançado. Este tem sido seu trabalho
            
            
              especial, com grande sucesso, desde a queda — levar o homem a
            
            
              forçar a porta dos segredos do Todo-poderoso e a não estar satisfeito
            
            
              com o que Deus tem revelado, e não cuidar de obedecer ao que Ele
            
            
              tem ordenado. Gostaria de levá-los a desobedecer aos mandamentos
            
            
              de Deus, e então fazê-los crer que estão entrando num maravilhoso
            
            
              campo de saber. Isto é pura suposição, e um miserável logro.
            
            
              [34]
            
            
              Eles deixam de compreender o que Deus tem revelado, menos-
            
            
              prezam Seus explícitos mandamentos e aspiram a mais sabedoria,
            
            
              independente de Deus, e procuram compreender aquilo que Lhe
            
            
              aprouve reter dos mortais. Exultam com suas idéias de progresso
            
            
              e se encantam com sua própria vã filosofia, mas apalpam trevas de
            
            
              meia-noite quanto ao verdadeiro conhecimento. Estão sempre estu-
            
            
              dando e nunca são capazes de chegar ao conhecimento da verdade.
            
            
              Não era da vontade de Deus que este santo par tivesse qualquer
            
            
              conhecimento do mal. Dera-lhes livremente o bem, mas retivera o
            
            
              mal. Eva julgou sábias as palavras da astuta serpente quando ouviu
            
            
              a audaciosa asserção: “É certo que não morrereis. Porque Deus sabe
            
            
              que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como
            
            
              Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” — fazendo de Deus
            
            
              um mentiroso. Satanás insinuou insolentemente que Deus os tinha
            
            
              enganado impedindo que fossem exaltados com um conhecimento
            
            
              igual ao Seu próprio. Deus disse: “Se dela comeres, certamente
            
            
              morrerás.” A serpente disse: “É certo que não morrereis.”
            
            
              O tentador assegurou a Eva que tão logo comesse o fruto ela
            
            
              receberia um novo e superior conhecimento que a faria igual a Deus.
            
            
              Chamou sua atenção para si mesmo. Ele comera livremente da