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              História da Redenção
            
            
              cantaram em tom mais alto do que o tinham feito antes, pela grande
            
            
              misericórdia e condescendência de Deus, entregando o Seu mui
            
            
              amado para morrer por uma raça de rebeldes. Derramaram-se louvor
            
            
              e adoração pela abnegação e sacrifício de Jesus; por consentir Ele
            
            
              [45]
            
            
              em deixar o seio de Seu Pai e optar por uma vida de sofrimento e
            
            
              angústia, e morrer uma morte ignominiosa a fim de dar Sua vida por
            
            
              outros.
            
            
              Disse meu anjo assistente: Pensais que o Pai entregou Seu mui
            
            
              amado Filho sem esforço? Não, absolutamente. Foi mesmo uma luta,
            
            
              para o Deus do Céu, decidir se deixaria o homem culpado perecer,
            
            
              ou dar Seu amado Filho para morrer por ele. Os anjos estavam tão
            
            
              interessados na salvação do homem que se podiam encontrar entre
            
            
              eles os que deixariam sua glória e dariam a vida pelo homem que ia
            
            
              perecer. Mas, disse o anjo, isto nada adiantaria. A transgressão era
            
            
              tão grande que a vida de um anjo não pagaria a dívida. Nada a não
            
            
              ser a morte e intercessão de Seu Filho pagaria essa dívida, e salvaria
            
            
              o homem perdido da tristeza e miséria sem esperanças.
            
            
              Mas foi aos anjos designada a obra de subirem e descerem com
            
            
              bálsamo fortalecedor, trazido da glória, a fim de mitigar ao Filho
            
            
              do homem os Seus sofrimentos, e ministrar-Lhe. Seria também sua
            
            
              obra proteger e guardar os súditos da graça, contra os anjos maus
            
            
              e as trevas que constantemente Satanás arremessa em redor deles.
            
            
              Vi que era impossível a Deus alterar ou mudar Sua lei, para salvar o
            
            
              homem perdido, e que ia perecer; portanto, Ele consentiu em que
            
            
              Seu amado Filho morresse pela transgressão do homem.
            
            
              Satanás de novo regozijou-se com seus anjos de que, ocasio-
            
            
              nando a queda do homem, pudesse ele retirar o Filho de Deus de Sua
            
            
              exaltada posição. Disse a seus anjos que, quando Jesus tomasse a na-
            
            
              tureza do homem decaído, poderia derrotá-Lo, e impedir a realização
            
            
              do plano da salvação.
            
            
              Foi-me então mostrado Satanás como havia sido: um anjo feliz
            
            
              e elevado. Em seguida ele foi-me mostrado como se acha agora.
            
            
              Ainda tem formas régias. Suas feições ainda são nobres, pois é um
            
            
              [46]
            
            
              anjo, ainda que decaído. Mas a expressão de seu rosto está cheia de
            
            
              ansiedade, cuidados, infelicidade, maldade, ódio, nocividade, engano
            
            
              e todo mal. Aquele semblante que fora tão nobre, notei-o particular-
            
            
              mente. Sua fronte, logo acima dos olhos, começava a recuar. Vi que
            
            
              ele se havia aviltado durante tanto tempo que toda a boa qualidade se